A EDP Energias do Brasil, empresa controlada pela EDP com actividade no Brasil, fechou 2016 com um resultado líquido de 666,6 milhões de reais (204 milhões de euros), um valor que representa uma queda de 47,3% face ao ano anterior.

Em comunicado, a empresa liderada pelo português Miguel Setas salienta que os itens extraordinários tiveram um impacto negativo na comparação entre 2015 e 2016. No ano passado a EDP Brasil beneficiou com a mais-valia de 278,1 milhões de reais obtida com a venda da Pantanal Energética, mas não foi suficiente para compensar os efeitos não recorrentes no ano de 2015, ano em que a empresa beneficiou com a aquisição dos 50% remanescentes de Pecém (884,7 milhões de reais) e a venda da participação na EDP Renováveis Brasil (68,9 milhões de reais).

Sem ter em conta estes factores extraordinários, a EDP Brasil obteve um lucro ajustado de 538 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 34,4% face a 2015.

A margem bruta subiu 3,1% para 3,2 mil milhões de reais e o EBITDA caiu 22,4% para 2,29 mil milhões de reais (703 milhões de euros).

O investimento ("capex") aumentou 55% para 651,8 milhões de reais e a dívida líquida baixou 29,4% para 3,55 mil milhões de reais. A empresa assinala que no ano passado concluiu um aumento de capital de 1,5 mil milhões de reais.

No comunicado com a apresentação de resultados, o CEO Miguel Setas assinala que "conseguimos apresentar resultados consistentes e entregar um conjunto relevante de melhorias operacionais", num ano "marcado por importantes conquistas" para a empresa e de "transição política e de quadro macro-económico recessivo".

"Terminamos o ano com um rácio de endividamento de 1,5 vezes dívida líquida sobre EBITDA. Um nível saudável, que prepara o nosso balanço para eventuais oportunidades de crescimento", acrescenta o gestor português.

A EDP vai apresentar os resultados de 2016 no dia 2 de Março.