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EDP terá mais 4GW de capacidade em 2024. Atrasos na Colômbia travam crescimento

Não será este ano nem no próximo que os projetos neste país da América do Sul vão avançar. Já a questão dos painéis solares nos EUA "está resolvida". Nenhum destes problemas impediu a empresa de aumentar os lucros.

Miguel Stilwell espera que os lucros cheguem aos 1,1 mil milhões em 2023.
Miguel Stillwell d’Andrade, CEO da EDP Tiago Petinga/Lusa
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O CEO da EDP Renováveis espera que a instalação de nova capacidade de produção de energia "atinja cerca de 4 gigawatts" no próximo ano. Na apresentação das contas aos analistas, esta terça-feira, Miguel Stillwell d’Andrade adiantou ainda que conta instalar 1,7 gigawatts até dezembro.

A empresa está a fazer "um grande esforço de crescimento orgânico em comparação com os anos anteriores", acrescentou o CEO, tendo em conta os "mais de 50 projetos" que a EDP Renováveis tem "em construção em vários mercados por todo o mundo" e os "mais de 70" previstos para 2024.

No entanto, ressalvou Miguel Stilwell d’Andrade, "poderia ser mais", não fossem os problemas na América Latina. "O projeto da Colômbia está a mostrar-se desafiante", explicou. Estão em causa 490 megawatts, que "serão adiados para depois de 2024".

Há cerca de seis meses, em maio, o presidente executivo da empresa tinha a expectativa de que estes projetos de parques éolicos, adjudicados em 2019, entrassem em funcionamento até ao final de 2023 - o que significaria então um ano de atraso face ao que estava inicialmente previsto. Não será, afinal, nem 2023 nem em 2024.

Problema dos painéis solares "resolvido"

Nesta "conference call", o CEO da empresa notou ainda que um outro problema - a importação de painéis solares nos EUA - "está resolvido a nível operacional".

A EDP Renováveis não estava a conseguir desenvolver parte da sua carteira de projetos em território norte-americano, por causa das regras para as importações de painéis solares de fabricantes da China - o Uyghur Forced Labor Prevention Act -, que os EUA impuseram para combater a violação de direitos humanos em Xinjiang.

Um problema que tem reflexo nas contas deste ano, mas que não deverá afetar o próximo. "Temos uma visão clara do projeto a ser construído em 2024, e as equipas estão a acelerar o processo para que isso seja concretizado", disse Miguel Stillwell, ressalvando que isso "não afeta o relacionamento de longo prazo com um dos maiores fabricantes de painéis solares do mundo".

Este ano, o custo com estes atrasos na Colômbia e nos EUA deverão rondar os 50 milhões de euros, revelou a empresa.

O que está a correr "bastante bem"

Apesar dos problemas, a verdade é que "os ganhos com a rotação de ativos, de quase 400 milhões de dólares, alcançados em duas transações - na Polónia e em Espanha - mais do que compensaram o contexto operacional desafiante" destes nove meses, levando a que o lucro tenha subido 12% em relação ao mesmo período do ano anterior, para os 445 milhões de euros.

"Há coisas que estão a correr bastante bem", disse o CEO da EDP Renováveis. "Se olharmos para a bem-sucedida execução de duas transações importantes de rotação de ativos, tanto a polaca como a espanhola, isso foi, obviamente, uma contribuição muito forte para esse resultado dos nove meses", sublinhou Miguel Stilwell, acrescentando que houve "outros desenvolvimentos positivos no período".

Por um lado, os apoios governamentais ao setor, "tanto na Europa como nos EUA", e, por outro, o facto de haver já "cerca de 9,3 gigawatts de capacidade renovável assegurada para o período do plano de negócios", até 2026, o que "representa mais de 55% da capacidade alvo para o período".
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