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EDP Brasil vai mesmo sair de bolsa. EDP passa a controlar 88%

A elétrica liderada por Miguel Stilwell conseguiu comprar 76,87% das ações alvo da OPA sobre a EDP Brasil. Agora, o caminho está aberto para a retirada de bolsa da empresa brasileira.

China Three Gorges detém atualmente 19% do capital da elétrica liderada por Miguel Stilwell d’Andrade.
Miguel Baltazar
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A oferta pública de aquisição (OPA) da EDP sobre a EDP Brasil chegou a bom porto, tendo a elétrica liderada por Miguel Stilwell adquirido 185.169.240 ações, o equivalente a 31,86% do capital social da empresa brasileira, informou a casa-mãe em comunicado enviado à CMVM.

Até à data da operação, a EDP detinha diretamente 56,05% da EDP Brasil, mas consolidava 57,55% pelo ajuste da detenção de ações próprias. Depois do leilão desta terça-feira passa a deter 88% (um aumento de 32% face à posição anterior). 

A aquisição destas ações na OPA representou um investimento de 4.394.066.065,20 reais (820.679.719 euros, ao câmbio atual). O valor ficou, no entanto, abaixo dos mil milhões de euros do aumento de capital que a EDP levou a cabo em março para financiar a OPA, e financiado na sua maioria pelo maior acionista, a China Three Gorges, e pela Lisson Grove Investment, uma afiliada do fundo soberano de Singapura GIC Private Limited e da Autoridade de Investimento de Abu Dhabi. 

Em circulação permanecem ainda 55.699.225 ações da EDP Brasil, que representam 9,58% do seu capital, pelo que a elétrica portuguesa passa a deter 510.895.234 ações, que correspondem a 87,91% do capital da empresa brasileira.

Assim sendo, a EDP cumpre os requisitos impostos pela lei brasileira, tendo conseguido que mais de dois terços dos investidores minoritários vendessem as ações, pelo que a EDP Brasil passará por uma conversão de registo, passando para emitente de categoria B, e podendo apenas emitir dívida. Posteriormente, a empresa brasileira deixará de estar cotada.

"Com este resultado, damos um passo importante na concretização da nossa estratégia, comunicada este ano no Capital Markets Day, permitindo a simplificação da nossa estrutura empresarial, criando e capturando mais valor resultante de uma presença mais integrada do grupo no mercado brasileiro", afirmou Miguel Stilwell d’Andrade, CEO da EDP em comunicado. 

De acordo com a empresa, a OPA e a saída de bolsa fazem parte da estratégia para "acelerar e reforçar a posição da EDP no Brasil, um mercado chave no qual irá investir 3,5 mil milhões de euros até 2026, reforçando os seus ativos de rede e expandindo o portfólio de renováveis". 


A liquidação desta operação ocorre, segundo o prospecto, no próximo dia 14 de julho, sexta-feira. A elétrica portuguesa ofereceu 23,73 reais por ação (o que corresponde a 4,43 euros, ao câmbio atual). A EDP tinha a possibilidade de subir o preço durante o leilão, mas optou por não o fazer. 

Entre o grupo de investidores que decidiram aderir à OPA lançada pela EDP destaca-se a energética brasileira Eletrobras, que vendeu 1.892.432 ações do seu par, segundo a informação avançada pela própria ao regulador financeiro brasileiro.


A Superintendência de Registo de Valores Mobiliários (SRE) tem agora 15 dias para avaliar os dados e decidir se estão reunidos os requisitos para a conversão de registo e consequente saída da EDP Brasil do Ibovespa.

Até haver luz verde da SRE as "ações da companhia continuarão a ser negociadas" na bolsa brasileira.


Entretanto, os investidores que não venderam as suas ações à empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade têm ainda a possibilidade de o fazer "por meio de negociações na B3, até à data da efetiva da Conversão de Registo ou durante o período de três meses seguintes ao Leilão, ou seja, até 11 de outubro de 2023, mediante pedido apresentado ao Escriturário (Itaú Corretora De Valores S.A.)".

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