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Duarte Cordeiro: é preciso uma "ambição superior" em matéria ambiental

Ministro do Ambiente sublinhou que é necessário fazer um enorme trabalho no setor da energia.

31 de Maio de 2023 às 12:49
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Temos de ter uma ambição superior" para antecipar a meta da neutralidade carbónica de 2050 para 2045, afirmou está quarta-feira o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, no decurso da iniciativa "Autarcas pelo Clima", promovida pelo Negócios e a Get2C, com o apoio da Câmara Municipal de Cascais.

 

Duarte Cordeiro sublinhou que apesar do muito que está a ser feito "há uma nova geração que pede muito mais de nós". Por isso, acrescentou, "é preciso alinhamento, também dos municípios, para atingir a neutralidade carbónica". 

 

O ministro do Ambiente salientou que é necessário fazer um enorme trabalho no setor da energia, sendo que um dos objetivos passa por aumentar por quatro a capacidade solar do país.

 

Duarte Cordeiro enfatizou a importância dos municípios neste trajeto lembrando, por exemplo 28% das emissões poluentes estão nos transportes.

 

O titular da pasta do ambiente reforçou a necessidade ter a referida "ambição superior" em direção à neutralidade carbónica, "não só por razões ambientais, mas também por questões geopolíticas" na medida em que isso contribuirá para diminuir a dependência energética.

 

Carlos Carreiras, por seu turno, defendeu que os municípios das aéreas metropolitanas de Lisboa e do Porto dispõem de meios financeiros para cumprir este desígnio. "Qualquer desculpa é altamente esfarrapada", avisou a presidente da câmara de Cascais.

 

O autarca considera que ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a neutralidade carbónica, sendo que "o recurso mais escasso neste momento é o tempo".

 

Ministro do Ambiente respeita decisão da APA para mina de Boticas

O ministro do Ambiente disse hoje respeitar a decisão da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de emitir uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável condicionada para a mina de lítio em Boticas, Vila Real.

"Eu respeito a decisão da administração pública. Estou absolutamente convicto que terá sido feito com o maior rigor. E acho que, obviamente, é um passo na concretização do projeto", disse Duarte Cordeiro aos jornalistas.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática falava à margem da conferência Autarcas pelo Clima, que decorre na Universidade Nova SBE, Campus de Carcavelos, no distrito de Lisboa.

Segundo o governante, "esta [DIA] é uma decisão da administração pública portuguesa que fez o seu trabalho de acordo com o previsto na lei, em que avaliou os impactos de um determinado projeto e aprova o projeto do ponto de vista ambiental, e condicionado a um conjunto de alterações significativas".

Duarte Cordeiro referiu ainda que as alterações ao projeto inicialmente apresentado "são significativas do ponto de vista da minimização dos impactos da água e das compensações sociais para o território ao nível das infraestruturas".

O ministro lembrou que Portugal "é identificado em termos internacionais como sendo um dos países com maiores reservas de lítio, talvez a nível europeu", considerando também a sua importância para a transição energética.

"Nós tomámos opções no passado, por exemplo, de limitar a exploração de recursos minerais que não ajudam no processo de transição climática, como, por exemplo, a proibição de exploração de petróleo ou gás no nosso país, não é o caso do lítio que tem obviamente impacto no processo de transição", considerou.

O governante assegurou que, para se poder explorar lítio no país, "tinha que haver a minimização de impactos ambientais para ser determinante cumprir a lei", afirmando que é esse o objetivo da DIA agora conhecida.

Para Duarte Cordeiro, a salvaguarda da utilização do recurso que irá ser explorado a norte do país era igualmente importante, lembrando que não devia ser somente explorado o recurso natural para ser exportado para outros territórios.

"Nós também já temos hoje projetos de refinaria. Temos projetos de baterias de lítio em Portugal, garantindo que, para além da exploração de um recurso, é determinante para o futuro que, parte daquilo que é a utilização desse recurso, seja utilizado em Portugal", salientou.

Duarte Cordeiro alertou também para o facto da existência, hoje em dia, de lítio nas baterias dos telemóveis, e de nem sempre se saber a sua proveniência e em que moldes é extraído.

"Devemos perguntar de onde vem e se os cuidados ambientais das explorações de lítio, de onde vem o lítio das nossas baterias, são mais ou menos rigorosas do que aquilo que vamos ter em Portugal", alertou.

 

* Com lusa

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