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Deco diz que novos tarifários da Galp "não valem a pena"
A associação de defesa dos consumidores avaliou a nova campanha da Galp para o mercado de electricidade e gás natural e considera que “as tabelas de desconto são complexas”, criticando a “penalização por resolução antecipada” associada ao plano Confort.
A associação de defesa dos consumidores Deco fez uma primeira análise aos novos tarifários da Galp para o mercado liberalizado de electricidade e gás natural, concluindo que “não valem a pena”, porque, diz a Deco, “existem opções mais económicas”.
Os planos Galp On, refere a mesma entidade em comunicado, “anunciam descontos entre 5% e 40%, mas estes não correspondem a poupanças semelhantes porque incidem apenas sobre a potência contratada”. “As tabelas de desconto são complexas. Esteja atento: para sair de alguns tarifários da Galp On pode ter de pagar”, alerta a associação.
A Deco nota, por exemplo, que o plano Confort publicita um desconto entre os 10% e os 40%, mas implica a contratação de um serviço adicional, com um custo mensal entre 3,90 e 5,90 euros, que, em caso de rescisão, o consumidor terá de continuar a pagar até perfazer um ano de contrato. “Na prática, trata-se de uma penalização por resolução antecipada, o que representa um claro retrocesso face às ofertas mais recentes”, avalia a associação.
A Deco diz ainda que “outra desvantagem” dos três planos Galp On é o facto de os descontos estarem indexados aos preços das tarifas transitórias do mercado regulado, o que pode fazer com que as tarifas da Galp subam sempre que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) proceder a aumentos das tarifas transitórias (as revisões são ponderadas trimestralmente).
“Se aderir ao plano Confort para electricidade e gás natural, terá de pagar no mínimo 3,90 euros mensais pelo serviço adicional para usufruir de um desconto de 40%. Na potência eléctrica contratada mais comum em Portugal - 3,45kVA - traduz-se num desconto mensal de 2,25 euros, portanto tem de desembolsar mais 1,65 euros. A situação na contratação do plano Confort para o gás natural é idêntica. Este plano “confortável” sai mais caro do que as actuais tarifas reguladas”, explica a Deco.
Mesmo assim, a associação admite que para contratar apenas electricidade o plano Online (desconto entre os 10% e os 20%) “pode, em algumas situações, ser vantajoso”.
“A DECO não pode ainda deixar de notar que esta maior complexidade na construção dos tarifários não facilita a correcta percepção e escolha pelos consumidores quanto à solução mais adequada. Em pleno mercado liberalizado, as comparações devem ser fáceis e intuitivas para que a decisão não seja um quebra-cabeças”, refere ainda a associação.