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Costa apresenta Portugal como país "exemplo" na aposta nas energias renováveis
O primeiro-ministro apresentou Portugal como um país "comprometido com o Acordo de Paris" sobre clima e na primeira linha do combate ao aquecimento global, apostando na progressiva descarbonização do sector dos transportes e nas energias renováveis.
"Continuaremos totalmente empenhados no sucesso das negociações internacionais sobre alterações climáticas e comprometidos com a ambição política do Acordo de Paris", declarou esta terça-feira o primeiro-ministro, António Costa, na conferência do clima (COP22), que até sexta-feira decorre em Marraquexe.
No seu discurso, o primeiro-ministro defendeu as metas do Acordo de Paris assinado no ano passado por 196 países e que agora é contestado pelo Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sustentando que "quanto mais rapidamente se iniciarem os esforços internacionais de descarbonização das economias, mais recursos serão poupados nas necessidades de adaptação às alterações climáticas".
"Esta é a opção económica racional, numa perspectiva de médio e longo prazo. No curto prazo, Paris representa, também, uma oportunidade para o desenvolvimento e transformação da economia e para a criação de empregos, produtos e serviços, através das novas oportunidades de mercado ligadas às tecnologias de baixo carbono", advogou.
No plano estritamente nacional, também numa perspectiva de médio ou longo prazo, António Costa advertiu que Portugal é um dos países da União Europeia que mais será afectado pelos efeitos das alterações climáticas e que "sem significativos esforços de mitigação a nível global, para limitar o aquecimento global, irá sofrer sérios prejuízos ao nível do seu território e da sua economia".
"Queremos, assim, dar o exemplo e estamos já a preparar o processo de revisão do nosso Roteiro de Baixo Carbono para 2050 com o objectivo de sermos neutros em emissões de gases com efeito de estufa até ao final da primeira metade do século", salientou.
Já em termos de curto prazo, segundo o primeiro-ministro, o país está a adotar políticas de descarbonização do sector dos transportes e assume "uma ambiciosa agenda no domínio das energias renováveis com vista a cumprir as metas estabelecidas no quadro da Estratégia Europa 2020 e da directiva das energias renováveis".
"Não tendo recursos fósseis, a aplicação ao sector elétrico dessa ambiciosa - e bem-sucedida - agenda de promoção das energias renováveis permite-nos dar grandes exemplos internacionais, como o facto recente de ter assegurado quatro dias de consumo totalmente renovável", apontou.
Ainda de acordo com o líder do Executivo, neste momento Portugal já alcançou "mais de 87% da meta definida para 2020 após terem sido instalados cerca de 12.300 megawatts de tecnologias renováveis, que representam 61% da potência de todo o parque produtor de eletricidade".
"Para aumentar o impacto desta aposta nas renováveis em Portugal, importa assegurar outra questão que é o reforço das interligações energéticas entre Portugal e Espanha e entre a Península Ibérica e o resto da Europa, e também entre a europa e outros países como por exemplo Marrocos, com o qual estamos a trabalhar. Só por esta via é possível potenciar a aposta nas energias renováveis sem subsídios ou tarifas garantidas", defendeu.