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Comissão de Trabalhadores diz que distribuição de dividendos é "mais um passo" na destruição da Galp

Para a estrutura representante dos trabalhadores, "o rombo" com a distribuição de dividendos "ainda é pior" este ano do que o do ano anterior "porque o cenário é muito mais grave e traz o lastro acumulado de um ano de pandemia".

Do quatro para o quinto lugar, a Galp Gás Natural tem de importar gás natural para entregar aos seus clientes. Portugal não extrai gás natural, tal como não tem exploração de petróleo, que leva a Petrogal - outra empresa do grupo Galp - a ser a maior importadora.
22 de Abril de 2021 às 14:25
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A comissão de trabalhadores (CT) da Galp considerou hoje que a distribuição de dividendos prevista para a assembleia-geral de acionistas, na sexta-feira, é "um passo mais na escalada de destruição e descapitalização" da empresa.

"A distribuição de dividendos na próxima assembleia-geral de acionistas no dia 23 de abril é um passo mais na escalada de destruição e descapitalização da empresa/grupo", afirma a comissão central de trabalhadores (CCT) em comunicado, criticando ainda "a conivência continuada do Governo/primeiro-ministro [António Costa] e do Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa]".

Para a estrutura representante dos trabalhadores, "o rombo" com a distribuição de dividendos "ainda é pior" este ano do que o do ano anterior "porque o cenário é muito mais grave e traz o lastro acumulado de um ano de pandemia".

"Eis a fatura de um ano em que os acionistas viveram muito acima das nossas possibilidades, centenas de trabalhadores saíram da empresa, a maior parte deles empurrados para as chamadas rescisões por mútuo acordo e outros abrangidos por despedimentos coletivos", contesta a CCT.

A comissão de trabalhadores refere ainda "o aumento da dívida em mais de 600 milhões de euros" e "a decisão anunciada sobre a Refinaria do Porto e a venda de ativos do gás natural" que, segundo afirma, "serão transformados numa nova remessa de centenas de milhões de euros para os acionistas a ser entregues na assembleia de 23 de abril".

"A CCT continua a denunciar as opções profundamente erradas da Administração que dá sempre primazia à satisfação da gula acionista em detrimento dos interesses dos trabalhadores, da empresa e do país", lê-se no comunicado.

O Conselho de Administração (CA) da Galp vai propor um dividendo por ação relativo a 2020 para 0,35 euros, metade dos 0,70 euros por ação pagos no ano passado, foi anunciado ao mercado em 22 de fevereiro.

No ano passado, foram distribuídos 580,5 milhões de euros pelos acionistas da Galp Energia, correspondente a 0,70 euros por ação.

Segundo o CA, o "ajuste do dividendo reflete os impactos inesperados resultantes das condições de mercado particularmente adversas".

A Galp teve em 2020 um resultado negativo em 42 milhões de euros, comparando com os 560 milhões de lucros conseguidos no ano anterior, valores que mostram os desafios impostos ao setor pela pandemia, segundo os dados revelados pela empresa.
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