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Associações apelam a maior aposta nas energias renováveis em Portugal em 2018
as emissões associadas à produção de electricidade não renovável no ano de 2017 foram de aproximadamente 19,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono, um aumento de cerca de 4 milhões de toneladas em relação ao mesmo período de 2016 (+25%).
A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) e a Associação Sistema Terrestre Sustentável - Zero apelaram hoje a uma aposta consistente nas energias endógenas e renováveis como forma de aumentar a autonomia energética do país.
Num comunicado conjunto, as duas associações fazem um balanço do sector em 2017 e reclamam mais expansão das renováveis para 2018.
Segundo as associações, as emissões associadas à produção de electricidade não renovável no ano de 2017 foram de aproximadamente 19,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono, um aumento de cerca de 4 milhões de toneladas em relação ao mesmo período de 2016 (+25%).
"Com os efeitos da seca na produção de electricidade e com grandes áreas ardidas, o ano de 2017 é o ano com maiores emissões de gases com efeito de estufa em Portugal desde o início da década", explicam.
Em 2017, por cada kWh consumido foram emitidos 360g de CO2.
O acréscimo de emissões entre 2016 e 2017, adiantam, foi de 20 por cento, resultante dos incêndios (+7,1 milhões de toneladas) e do aumento da produção de electricidade de origem fóssil.
Já a produção renovável, em 2017, apenas representou 44% do consumo de electricidade, mas ainda assim permitiu a redução do preço médio da electricidade transaccionada no mercado grossista com um benefício para o consumidor de 727 milhões de euros, assim como poupanças na importação de 770 milhões de euros de combustíveis fósseis.
A produção de electricidade a partir de fontes renováveis em Portugal Continental permitiu também evitar da emissão de 8,5 milhões de toneladas de CO2, 82,5 mil toneladas de CH4 e 8,25 toneladas de N2O, entre outros componentes gasosos.
As duas associações referem ainda que a eólica foi a tecnologia renovável que gerou mais electricidade, seguida da electricidade de origem hídrica, da bioenergia e da solar fotovoltaica.
António Sá da Costa, presidente da APREN, considera que "os benefícios das renováveis superaram largamente, mais uma vez, os seus custos colocando-as como a solução mais custo-eficaz para o sistema eléctrico nacional".
Para 2018, a Zero e a APREN apelam a um maior investimento nas renováveis.
Francisco Ferreira, presidente da ZERO, considera que "Portugal tem de investir muito mais na eficiência energética e nas energias renováveis para ser neutro em carbono em 2050 e esse investimento tem de ser fortemente acelerado".
"O aproveitamento da energia solar é crucial e é preciso informar, simplificar e ultrapassar os obstáculos que impedem termos muito mais edifícios com telhados preenchidos com painéis fotovoltaicos ou no caso de grandes parques solares dando preferência a áreas sem outra utilização significativa", explicou.
As duas associações afirmam aguardar com grande expectativa, um grande desenvolvimento da electricidade solar fotovoltaica e da bioenergia, condições que consideram essenciais para o aproveitamento do elevado potencial de Portugal na irradiação solar e na biomassa florestal.
No caso da solar fotovoltaica, a Zero e a APREN realçam a continuada redução de preço nos últimos anos cerca de sete vezes, nos últimos 10 anos.