O director executivo da AIE, Fatih Birol (na foto), que esteve esta quarta-feira no CCB, em Lisboa, para a apresentação do relatório "Políticas Energéticas dos Países da AIE: Avaliação de Portugal 2016", apresentou as três recomendações da Agência para que Portugal possa lidar com os seus desafios.

A primeira recomendação feita a Portugal é a de implementar medidas para reduzir o défice tarifário até 2020. Com efeito, a AIE insta Portugal, no seu relatório, a "resolver o chamado défice tarifário provocado pelos desequilíbrios do passado entre os custos regulados do sistema eléctrico e as receitas das tarifas reguladas".

Neste âmbito, a AIE propõe que o país continue a combater as "rendas excessivas" no sector da energia e que se focalize numa reforma do mercado em matéria de estrutura das tarifas, dos mercados grossistas e do MIBGAS [Mercado Ibérico do Gás].

Já a segunda recomendação é a de o país prosseguir o desenvolvimento de mais interligações energéticas com a Europa continental. A AIE incentivou assim o Governo português a promover a criação de interligações mais fortes, nomeadamente na electricidade, entre a Península Ibérica e França.

Neste aspecto, importa manter o compromisso para com as renováveis, mas passar o foco para mecanismos de custo-eficiência que aproximem as energias renováveis do mercado.

Já o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, presente no evento, apontou para o facto de terem já sido lançadas as bases de um estudo para a interligação eléctrica entre Portugal e Marrocos. "É nosso objectivo que a interligação com Marrocos seja uma realidade e há uma delegação técnica a trabalhar nisso a bom ritmo. Em breve esperamos ter novidades", acrescentou.

Por fim, a terceira recomendação que a AIE fez a Portugal foi a de ter em conta que, com os desafios que se perfilam em termos ambientais e de segurança energética, a cooperação internacional é mais vital do que nunca.