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Alemães da Mutares devem ficar com a Efacec
Fundo alemão terá informado o Estado de que pretende reforçar a força laboral da empresa para reverter a sangria de trabalhadores que se tem registado.
A Mutares era um dos quatro candidatos à compra desta posição. Além dos alemães, mais dois fundos, a Oxu Capital e a Oaktree, e um agrupamento industrial formado pela Visabeira e a Sodecia, estavam na corrida à aquisição da participação do Estado. Todavia, por questões processuais, está também em cima da mesa a possibilidade de a decisão não ser ainda hoje tornada pública. Apesar desta dúvida, é garantido que a proposta escolhida é a da Mutares.
"Estamos interessados em comprar e construir um futuro com a Efacec, queremos consolidar o mercado português" garantiu Santiago Santo Antonio Alonso, Head of Iberia Private Equity da Mutares, ao Jornal Económico, no passado dia 15 de maio.
Tal como o Negócios avançou a 14 de maio, a Mutares terá uma proposta muito semelhante à feita pela DST no primeiro processo de reprivatização, sugerindo uma injeção de capital de 100 milhões de euros, a realizar pelo Banco de Fomento, destinada a pagar a dívida bancária.
A Mutares tem um portefólio de 32 empresas, fatura cerca de 4 mil milhões de euros e emprega cerca de 19 mil trabalhadores.
Desde novembro de 2022, o Estado tem vindo a injetar mensalmente valores acima de 10 milhões de euros na empresa para assegurar necessidades de tesouraria.
O Governo anunciou a nacionalização da Efacec a 2 de julho de 2020, ficando com a posição que pertencia à empresária angolana, Isabel dos Santos, à data visada no escândalo Luanda Leaks e acusada pela Procuradoria-Geral da República do seu país, em dezembro de 2019 do desvio de cinco mil milhões de dólares do erário público. Na ocasião, a Justiça angolana decretou o arresto preventivo de contas bancárias pessoais de Isabel dos Santos, do marido, o congolês Sindika Dokolo (entretanto falecido). A batalha judicial ainda continua.