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Vencimentos de CEO na mira das autoridades após indemnização de 158,4 milhões de Robert Nardelli

A saída de Robert Nardelli da Home Depot provocou uma onda da satisfação entre os accionistas da empresa. Já a indemnização que Nardelli recebeu – no total de 210 milhões de dólares (158,4 milhões de euros) – está a suscitar inúmeras criticas e poderá mes

04 de Janeiro de 2007 às 16:33
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A saída de Robert Nardelli da Home Depot provocou uma onda da satisfação entre os accionistas da empresa. Já a indemnização que Nardelli recebeu – no total de 210 milhões de dólares (158,4 milhões de euros) – está a suscitar inúmeras criticas e poderá mesmo levar à alteração da legislação que regula os salários dos executivos norte-americanos.

Robert Nardelli, presidente executivo da Home Depot desde 2000, anunciou na terça-feira a sua decisão de abandonar o cargo depois de ter sido fortemente criticado pelo elevado salário que auferia, isto apesar do fraco desempenho da empresa nos últimos anos. Nardelli, antigo executivo da General Electric e "protegido" de Jack Welch, era um dos executivos mais bem pagos dos Estado Unidos.

Na hora de abandonar a Home Depot, Nardelli chegou a acordo com a administração e vai receber uma indemnização de 210 milhões de dólares – que inclui 20 milhões em dinheiro, 77 milhões em "stock options", nove milhões em bónus e 32 milhões em benefícios de reforma.

Esta é talvez uma das maiores indemnizações algumas vez pagas a um executivo. E são precisamente estes valores que poderão levar o congresso norte-americano e a SEC – Securities and Exchange Comission (regulador do mercado norte-americano) a alterar a legislação que regula os salários dos administradores de empresas nos Estados Unidos.

Nos últimos meses, os salários excessivos tem sido uma das principais preocupações do congresso e da SEC. Em Julho, o regulador norte-americano deu os primeiros passos na criação de novas regras e exigiu às empresas que fornecessem mais informação aos seus accionistas sobre os salários e os incentivos auferidos pelos executivos.

O democrata norte-americano Barney Frank revelou ontem a possibilidade de ser criada uma nova lei que dê mais poder aos accionistas e que lhes permita ter uma palavra sobre o desempenho dos CEO (chief executive officer). "Na maior parte das vezes é o desempenho que justifica os levados salários e indemnizações", diz Frank. "Mas quando as indemnizações são dadas como prémio de consolação por uma má ‘performance’ isso levanta uma série de questões", acrescenta o governante.

A indemnização de Nardelli ultrapassa a recebida por Hank McKinnell, antigo, CEO da Pfizer, forçado a sair em Julho. McKinnell recebeu 200 milhões de dólares. Mas fica aquém da auferida por Lee Raymond, CEO e presidente da Exxon Móbil, no valor de 357 milhões de dólares.

Em 2005, o salário médio dos CEO norte-americanos é 369 superior ao de um trabalhador médio.

Nardelli vai ser substituído no cargo por pelo vice-presidente, Frank Blake.

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