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Vara não avisou Sócrates sobre escutas telefónicas

Armando Vara admitiu hoje que recebeu um carta anónima a alertá-lo para o facto de o telemóvel do primeiro-ministro estar sob escuta. Em entrevista à RTP, o arguido mais conhecido do processo "Face Oculta" disse ainda que não falou com José Sócrates sob o conteúdo da carta.

10 de Dezembro de 2009 às 22:24
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Armando Vara admitiu hoje que recebeu um carta anónima a alertá-lo para o facto de o telemóvel do primeiro-ministro estar sob escuta. Em entrevista à RTP, o arguido mais conhecido do processo “Face Oculta” disse ainda que não falou com José Sócrates sob o conteúdo da carta.

“Recebi uma carta em finais de Maio, princípios de Junho, um carta anónima a que dei tanta importância que estava na gaveta da minha secretária. Dizia para avisar o primeiro-ministro que o telefone dele estava sob escuta. Achei aquilo absurdo”, afirmou. “Não falei a José Sócrates sobre a carta”, esclareceu Armando Vara. “Chegam-me muitas cartas anónimas. O que hoje concluo, com muita tristeza, é que não chega andar de consciência tranquila”, disse ainda.

"Não troquei de telemóvel. Aliás, eu mudo muito de telemóveis, mas os meus telemóveis centrais são os mesmos", afirmou, depois de questionado se tinha trocado de telemóvel após ter recebido a carta anónima.

Sobre as escutas que envolvem José Sócrates e Armando Vara, ficaram críticas à Justiça. “A partir do momento em que se percebeu que uma das pessoas era o primeiro-ministro, devia ter-se parado”, defendeu Armando Vara. “Mas confesso que fiquei surpreso quando vi a tese que os dois à noite, cada um em sua casa, conspiravam contra o estado democrático”, acrescentou.

Questionado sobre a possibilidade de haver um terramoto político se as escutas com José Sócrates forem divulgadas, Armando Vara foi cáustico. “Isso faz-me rir”, soltou, dizendo que o teor das conversas deve manter-se privado.

Quanto à sua relação com o primeiro-ministro, diz que o único momento em que José Sócrates teve influência na sua carreira – ainda que Armanda Vara diga que tenha sido uma influência indirecta – foi no momento em que foi nomeado para a Caixa Geral de Depósitos (CGD). “A única vez em que se pode dizer que José Sócrates pode ter influenciado a minha vida foi o momento em que fui nomeado para a CGD – mas, na verdade, não foi ele que me nomeou, foi o ministro Teixeira dos Santos. E foi acertado, porque fizemos um grande trabalho”, argumentou Armando Vara.


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