Notícia
Ulrich: "Necessidade de capital seria hoje inferior em 530 milhões"
A não actualização das necessidades de capital por parte da Agência Bancária Europeia é "um confisco aos accionistas" e "uma das maiores distorções da concorrência" no negócio bancário, alertou o presidente do BPI, que defende "pelo menos" uma actualização anual da carteira de activos.
O BPI fez as contas e calculou as actuais necessidades de capital em menos 530 milhões de euros do que o montante apurado em Dezembro pela Agência Bancária Europeia, de 1.359 milhões de euros, referente à composição dos activos e às cotações da dívida soberana a 30 de Setembro do ano passado
“Esse critério é rígido mas a realidade vai-se alterando. No caso do BPI se calculássemos as necessidades usando a metodologia da EBA, mas actualizando para a data de hoje (fizemos o exercício para a data da última sexta-feira, 22 de Junho) vemos que a necessidade de capital seria inferior em 530 milhões de euros”, apontou Fernando Ulrich.
Na conferência de imprensa que se seguiu à assembleia-geral que aprovou por unanimidade o recurso à ajuda do Estado, o responsável citou alguns dos ajustamentos na composição de activos ocorridos desde essa data: os reembolsos de dívida soberana que detinham na altura, dívida soberana comprada e que entretanto tem mais valias potenciais ou o crédito aos municípios, que “em princípio” o banco vai vender ao Estado português nos próximos dias “nos termos do acordo para a transferência de responsabilidades com pensões”.
A “ambição” do BPI é que estas regras deixem de ser aplicadas. A manterem-se, o banco tem “esperança que a regra não seja imutável e que seja actualizada, pelo menos uma vez por ano”, sugerindo que ela seja feita com referência à data de 30 de Setembro. “Não fará sentido actualizar ao dia, mas não actualizar nunca é completamente inconsistente e até traz problemas de distorção da concorrência”, acrescentou.
Se esta diferença fosse reconhecida, assegurou, o BPI podia começar a reembolsar o híbrido já em 2012. “Isto é muito relevante porque o híbrido tem um custo muito alto. Se pudéssemos agora reembolsar 300 milhões de euros de híbrido, suponhamos, a uma taxa de juro de 8,5%, são mais de 25 milhões de euros de custos anuais que eliminávamos”, contabilizou.
Não sendo assim, o banco está obrigado a ter mais capital do que aquele de que precisa, o que, nas palavras de Fernando Ulrich, no negócio bancário “é das maiores distorções que se podem fazer”. E no final do dia, completou, “significa um confisco aos meus accionistas porque significa que estou a suportar um custo enorme que não é necessário”.
“Não tencionamos vender nada”
Questionado sobre como é que o banco espera gerar proveitos para suportar o apoio público, o presidente do BPI resumiu que é “o conjunto da actividade do banco que vai gerar proveitos para o reembolso”.
Sobre a possível venda de activos, salvaguardou que o BPI “não está a prever vender activos, no sentido de vender participações de capital, que só tem em actividades ‘core’”. “Não tencionamos vender nada”, garantiu.
Quanto ao corte de custos, finalizou, é uma “obrigação constante” do banco. Mas “a dimensão do que está em causa é tal, que o corte de custos é um contributo, mas um contributo entre muitos outros”.
“Esse critério é rígido mas a realidade vai-se alterando. No caso do BPI se calculássemos as necessidades usando a metodologia da EBA, mas actualizando para a data de hoje (fizemos o exercício para a data da última sexta-feira, 22 de Junho) vemos que a necessidade de capital seria inferior em 530 milhões de euros”, apontou Fernando Ulrich.
A “ambição” do BPI é que estas regras deixem de ser aplicadas. A manterem-se, o banco tem “esperança que a regra não seja imutável e que seja actualizada, pelo menos uma vez por ano”, sugerindo que ela seja feita com referência à data de 30 de Setembro. “Não fará sentido actualizar ao dia, mas não actualizar nunca é completamente inconsistente e até traz problemas de distorção da concorrência”, acrescentou.
Se esta diferença fosse reconhecida, assegurou, o BPI podia começar a reembolsar o híbrido já em 2012. “Isto é muito relevante porque o híbrido tem um custo muito alto. Se pudéssemos agora reembolsar 300 milhões de euros de híbrido, suponhamos, a uma taxa de juro de 8,5%, são mais de 25 milhões de euros de custos anuais que eliminávamos”, contabilizou.
Não sendo assim, o banco está obrigado a ter mais capital do que aquele de que precisa, o que, nas palavras de Fernando Ulrich, no negócio bancário “é das maiores distorções que se podem fazer”. E no final do dia, completou, “significa um confisco aos meus accionistas porque significa que estou a suportar um custo enorme que não é necessário”.
“Não tencionamos vender nada”
Questionado sobre como é que o banco espera gerar proveitos para suportar o apoio público, o presidente do BPI resumiu que é “o conjunto da actividade do banco que vai gerar proveitos para o reembolso”.
Sobre a possível venda de activos, salvaguardou que o BPI “não está a prever vender activos, no sentido de vender participações de capital, que só tem em actividades ‘core’”. “Não tencionamos vender nada”, garantiu.
Quanto ao corte de custos, finalizou, é uma “obrigação constante” do banco. Mas “a dimensão do que está em causa é tal, que o corte de custos é um contributo, mas um contributo entre muitos outros”.