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Há três interessados em comprar a insolvente Dielmar

Autarca José Augusto Alves defende que os contactos entre as diversas entidades envolvidas no processo "têm que ser feitos diariamente e sistematicamente para que a situação da Dielmar seja rapidamente, mas rapidamente, resolvida".

Após uma década a gerar prejuízos, a Dielmar apresentou-se à insolvência na passada sexta-feira.
Hugo Duarte
09 de Agosto de 2021 às 18:40
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O presidente da Câmara de Castelo Branco afirmou esta segunda-feira a existência de três contactos portugueses que manifestaram o seu interesse na empresa de confeções Dielmar, afirmando que já partilhou essa informação com o Governo e o administrador da insolvência.

"Existem três interessados que manifestaram essa intenção e interesse e a fazer já perguntas. Sinal que está a haver uma grande divulgação da situação que ocorreu e, por sua vez, a marca [Dielmar] é prestigiante e prestigiada não só para o país, mas também para a região de Castelo Branco e para Alcains", afirmou aos jornalistas, José Augusto Alves.

O autarca falava à margem da concentração de trabalhadores da Dielmar, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa, após o pedido de insolvência desta empresa de confeções, no dia 2 de agosto.

"Essa manifestação de interesse chegou à câmara e como temos estado a partilhar todos os dados, quer com o Governo (através do Ministério da Economia), quer com o administrador da insolvência, partilhamos esses dados para o administrador de insolvência e secretário de Estado da Economia", sustentou.

O Juízo de Comércio do Fundão, do Tribunal Judicial da Comarca de Castelo Branco, declarou a insolvência da Sociedade Industrial de Confeções Dielmar, S.A, requerida pela empresa, com mais de 300 trabalhadores. A declaração do anúncio de insolvência, a que a agência Lusa teve acesso, foi publicada no dia 03 de agosto e assinada pela juiz de turno Laura Abriel, que nomeou para administrador da insolvência João Francisco Baptista de Maurício.

José Augusto Alves defende que os contactos entre as diversas entidades envolvidas no processo "têm que ser feitos diariamente e sistematicamente para que a situação da Dielmar seja rapidamente, mas rapidamente, resolvida". Adiantou ainda que a Câmara de Castelo Branco está empenhada em que a Dielmar "continue a laborar no mesmo sítio, em Alcains, e com os mesmos colaboradores. É por isto que nós nos estamos a bater".

Trabalhadores querem voltar ao trabalho no dia 18
Os trabalhadores da empresa de confeções Dielmar manifestaram esta segunda-feira a intenção de continuar a trabalhar a partir do dia 18, mas precisam de condições, nomeadamente matéria-prima, para as encomendas que ficaram na linha.

"Nós temos muito pouco tempo para trabalhar esta situação e no decorrer do processo da insolvência, temos de arranjar soluções para que, efetivamente, a empresa [Dielmar] continue a laborar. Esse é o ponto principal, a empresa não deixar de laborar e continuar a ter todos os postos de trabalho salvaguardados", disse esta segunda-feira aos jornalistas Marisa Tavares, do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa.

A sindicalista falava após uma concentração de trabalhadores da Dielmar, convocada pelo seu sindicato, que decorreu esta segunda-feira. Os trabalhadores presentes na concentração aprovaram, por unanimidade e aclamação, uma resolução, onde exigem que sejam tomadas todas as medidas de salvaguarda para que no dia 18 de agosto possam continuar a trabalhar.

"Para isso, é necessário que se criem as condições de terem disponível matéria-prima por forma a trabalharem as encomendas que ficaram na linha", lê-se no documento. Foi ainda decidido que, caso esta situação não seja "de todo possível", isto é, caso no dia 18, data em que terminam o atual período de férias, não haja matéria-prima para laborar, aceitam prolongar o período de férias até ao final de agosto, abdicando do gozo no período de Natal.

Isto para dar tempo às entidades competentes de trabalharem uma solução "que viabilize a continuidade e salvaguarda dos postos de trabalho". Para que esta situação se torne possível, os trabalhadores defendem a necessidade de haver "um real compromisso por parte do Governo", através do Ministério da Economia, de que "chegam ao final do mês de agosto e seguintes e terão o seu vencimento disponível".

Marisa Tavares refere que o sindicato falou com quem trabalha diariamente na empresa para ver se, efetivamente, há ou não condições, para no dia 18, voltarem ao local de trabalho.

"Aquilo que nos foi transmitido é que há alguns problemas em termos de matéria-prima. Há uma ou outra encomenda que ficou na linha. Então temos de arranjar soluções. Daí esta solução que colocamos aos trabalhadores de poderem prolongar as férias", para "dar tempo ao Ministério da Economia, para arranjar soluções", sustentou.

A sindicalista realçou que as manifestações de interesse na empresa "são positivas" e devem ser analisadas e ponderadas. "O Governo e o administrador da insolvência vão ter uma palavra a dizer. Que seja salvaguardado que os trabalhadores, no final de agosto, tenham o vencimento disponível. Isto não é inédito. Já aconteceu em outras empresas e também pode acontecer nesta", concluiu.
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