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Siza Vieira: Estado tem de ser "mais criterioso” antes de meter dinheiro nas empresas

O ministro da Economia diz que o Estado precisa de ter mais critério na injeção de verbas nas empresas. Já sobre a TAP, Siza Vieira insiste que a companhia “é estratégica” e que faz sentido apoiá-la com dinheiro dos contribuintes.

Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, apresentou o plano para o fim das moratórias no Porto.
Fernando Veludo/Lusa
05 de Agosto de 2021 às 09:10
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Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, admitiu que o Estado tem "de ser mais criterioso" na avaliação que faz dos investimentos de apoio às empresas.

Questionado pelo Observador sobre o que pode o Estado fazer para minimizar situações em que não se torne possível recuperar o investimento, o governante notou que esse "um risco inerente a todas as atividades de investimento em capital".

Siza Vieira destacou que o Estado está "consciente disso" e que "portanto, aquilo que temos que fazer é ser mais criteriosos na avaliação dos investimentos que se fazem, não só tendo uma perspetiva mais crítica sobre a viabilidade futura da empresa, mas também no sentido de destinar estes apoios a empresas que são verdadeiramente críticas para a economia nacional".

Por outro lado, deverá também ser assegurado que "o acompanhamento da situação de cada empresa é mais próximo, mais informado e que mais atempadamente somos capazes de tomar decisões importantes". "Qualquer investidor de capital faz isso", acrescentou nesta entrevista em que a insolvência da Dielmar foi também tema de conversa.

Em declarações feitas esta segunda-feira, 2 de agosto, o ministro da Economia frisou ainda que a empresa de vestuário de Castelo Branco contabilizava já 8 milhões de dinheiro público, que o Estado não sabe se conseguirá recuperar.

"Faz sentido apoiar a TAP? Faz"

Questionado sobre a TAP e a sua viabilidade, o ministro destacou que esta é "uma empresa estratégica", contrariando a afirmação de que a companhia não é viável e que, portanto, não mereceria o apoio do Estado. "Acho exatamente o contrário", respondeu ao Observador.

"A TAP é uma empresa que é estratégica. A própria Comissão Europeia, no documento em que determinou a abertura de uma investigação aprofundada aos auxílios de Estado à TAP, reconhece que a TAP é estratégica, que é importante para a balança comercial do país, que é importante para toda a cadeia de valor nacional", frisou Siza Vieira.

Do ponto de vista económico, insistiu, não tem "dúvida absolutamente nenhuma de que a TAP é das empresas mais críticas para o país". "Faz sentido apoiar a TAP? Faz, por este motivo. Simplesmente, é preciso assegurar que o plano de reestruturação que apresenta garante a viabilidade futura da empresa. Não deve haver um auxílio de Estado que é simplesmente dinheiro colocado nas empresas para prolongar a sua agonia, evitando uma situação que mais tarde ou mais cedo há-de acontecer. Tem de ser um investimento capaz de oferecer retorno para o contribuinte", rematou.
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