A petrolífera francesa TotalFinaElf qualificou de «especulação de mercado» a informação que se estava a preparar para lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) hostil sobre a sua rival, a gigante Royal Dutch Shell.

O eventual lançamento de uma oferta hostil foi noticiado pelo jornal britânico «The Observer». Segundo a edição de Domingo, os gestores da Shell receavam um «raide» hostil face à situação vulnerável da petrolífera anglo-holandesa.

A Shell tem vindo a perder valor em bolsa, na sequência da crise das reservas petrolíferas, divulgada em Janeiro, que levou já às demissões ao mais alto nível da administração e a investigações por parte da supervisora do mercado americano SEC.

A multinacional colocou também à venda as suas redes ibéricas. Em Portugal, a operação foi já vendida à Repsol e em Espanha a Galp é uma das candidatas à compra dos 320 postos da Shell.

O «The Observer» apontava a Total como o único «predador capaz de ganhar a aprovação da autoridades internacionais da concorrência», devido à sua menor dimensão. O grupo francês, o quarto a nível mundial, tem uma capitalização bolsista inferior à da Shell, cerca de 68 mil milhões contra 94 mil milhões de libras.

Uma oferta de outros gigantes petrolíferos, como a ExxonMobil e a BP, seria provavelmente chumbada. Por outro lado, não seria primeira vez que a petrolífera francesa lançava um ataque bem sucedido sobre uma empresa de maior dimensão, como a Elf.

Também a Shell se recusou a comentar a notícia, considerando-a especulação de mercado.