Notícia
Taxistas preocupados com preços dos combustíveis e retração na procura
Apesar da descida dos preços dos combustíveis prevista para esta semana, foram já vários os aumentos registados este ano. Face à subida, o setor dos táxis não alterou as tarifas e, conforme constatou a Lusa, a opinião geral é que o impacto já é notório.
06 de Abril de 2022 às 13:50
Os aumentos do preço dos combustíveis, provocados pela recente crise energética, estão a preocupar taxistas de Lisboa, por afetarem a margem de lucro no negócio, numa altura em que a procura voltou a retrair-se.
Apesar da descida dos preços dos combustíveis prevista para esta semana, foram já vários os aumentos registados este ano. Face à subida, o setor dos táxis não alterou as tarifas e, conforme constatou a Lusa, a opinião geral é que o impacto já é notório.
"O preço que nós cobramos ao cliente não compensa o funcionamento por causa do gasto no combustível, porque esta é a maior despesa nos táxis", diz Alexandre Vaz.
Segundo Natalício Manuel, outro profissional da área, vários motoristas em Lisboa consideram que o impacto pode ser "tremendo", porque "afinal de contas o combustível subiu bastante, para cima dos dois euros" - quase tirou os lucros, que "já são mínimos".
Partilhando da opinião, João Paiva diz que estes "aumentos consecutivos dos preços não rentabilizam o taxímetro".
Apesar das queixas, o taxista Gil Dinei explica que, pessoalmente, ainda não sentiu qualquer impacto no seu rendimento devido à crise energética, pois os custos com o gasóleo são suportados pelo patrão.
No entanto, quanto à procura, nota que "o negócio está um bocado fraco, porque o inverno é mais complicado e quando chega o verão melhora", devido ao turismo.
A procura, que tinha vindo a recuperar após as piores fases da pandemia de covid-19, segundo os taxistas que falaram com a agência Lusa, está a passar por outro solavanco.
"Antes da covid estava melhor do que está neste momento, mas já se vai trabalhando", reconhece Francisco Sebastião.
"Houve aí uma altura em que melhorou [...], porque havia mais turistas. Mas neste momento está a piorar outra vez", conta Alexandre Vaz.
Natalício Manuel partilha da opinião, dizendo que depois da pandemia "começou a mexer um bocadinho, mas agora com a guerra e o agravamento do custo de vida as pessoas retraíram-se".
João Paiva explica também que o negócio "está mais fraco: há muito menos turistas e a cidade sem turistas não vive". Em relação à pandemia, acrescenta, o negócio "melhorou, mas agora está pior outra vez por causa da guerra".
Daquilo que tem observado, o aumento do custo do combustível terá levado os lisboetas a "usar mais o autocarro ou o metro".
Em resposta aos vários aumentos do preço dos combustíveis, o Governo anunciou, no dia 04 de março, o prolongamento do apoio aos táxis e autocarros, subindo-o de 10 para 30 cêntimos por litro, com um 'plafond' mensal máximo de 380 litros.
Porém, entre os taxistas há quem esteja convencido de que a ajuda não fará muita diferença. "Acho que não vai ajudar em nada, porque em média um táxi faz, por dia, cerca de 200 quilómetros, se formos a fazer os cálculos os 30 cêntimos não são suficientes", explica Alexandre Vaz.
Natalício Manuel concorda que "não é suficiente", apesar de "ajudar alguma coisa", e sugere a fixação de um preço para "gasóleo profissional para os táxis"
O taxista João Paiva acrescenta que "o apoio não é para sempre" -- até porque o Governo o prolongou por três meses - e não acredita que os combustíveis venham a baixar em breve.
Apesar da descida dos preços dos combustíveis prevista para esta semana, foram já vários os aumentos registados este ano. Face à subida, o setor dos táxis não alterou as tarifas e, conforme constatou a Lusa, a opinião geral é que o impacto já é notório.
Segundo Natalício Manuel, outro profissional da área, vários motoristas em Lisboa consideram que o impacto pode ser "tremendo", porque "afinal de contas o combustível subiu bastante, para cima dos dois euros" - quase tirou os lucros, que "já são mínimos".
Partilhando da opinião, João Paiva diz que estes "aumentos consecutivos dos preços não rentabilizam o taxímetro".
Apesar das queixas, o taxista Gil Dinei explica que, pessoalmente, ainda não sentiu qualquer impacto no seu rendimento devido à crise energética, pois os custos com o gasóleo são suportados pelo patrão.
No entanto, quanto à procura, nota que "o negócio está um bocado fraco, porque o inverno é mais complicado e quando chega o verão melhora", devido ao turismo.
A procura, que tinha vindo a recuperar após as piores fases da pandemia de covid-19, segundo os taxistas que falaram com a agência Lusa, está a passar por outro solavanco.
"Antes da covid estava melhor do que está neste momento, mas já se vai trabalhando", reconhece Francisco Sebastião.
"Houve aí uma altura em que melhorou [...], porque havia mais turistas. Mas neste momento está a piorar outra vez", conta Alexandre Vaz.
Natalício Manuel partilha da opinião, dizendo que depois da pandemia "começou a mexer um bocadinho, mas agora com a guerra e o agravamento do custo de vida as pessoas retraíram-se".
João Paiva explica também que o negócio "está mais fraco: há muito menos turistas e a cidade sem turistas não vive". Em relação à pandemia, acrescenta, o negócio "melhorou, mas agora está pior outra vez por causa da guerra".
Daquilo que tem observado, o aumento do custo do combustível terá levado os lisboetas a "usar mais o autocarro ou o metro".
Em resposta aos vários aumentos do preço dos combustíveis, o Governo anunciou, no dia 04 de março, o prolongamento do apoio aos táxis e autocarros, subindo-o de 10 para 30 cêntimos por litro, com um 'plafond' mensal máximo de 380 litros.
Porém, entre os taxistas há quem esteja convencido de que a ajuda não fará muita diferença. "Acho que não vai ajudar em nada, porque em média um táxi faz, por dia, cerca de 200 quilómetros, se formos a fazer os cálculos os 30 cêntimos não são suficientes", explica Alexandre Vaz.
Natalício Manuel concorda que "não é suficiente", apesar de "ajudar alguma coisa", e sugere a fixação de um preço para "gasóleo profissional para os táxis"
O taxista João Paiva acrescenta que "o apoio não é para sempre" -- até porque o Governo o prolongou por três meses - e não acredita que os combustíveis venham a baixar em breve.