A TAP vai processar o responsável para Portugal e Espanha da easyJet, Arnaldo Muñoz, que ontem acusou a companhia portuguesa de fazer uma "maquilhagem contabilística" das suas contas.

O presidente da TAP, Fernando Pinto, considera que as afirmações de Muñoz revelam "um desconhecimento total da realidade" e "não são sérias", disse ao Jornal de Negócios Online fonte oficial da transportadora.

A TAP vai pedir uma indemnização à easyJet e a verba que receber será entregue a uma instituição de solidariedade social, adiantou a mesma fonte.

Ontem, o director-geral da easyJet para Portugal e Espanha, durante a comemoração do facto da "low cost" ter assumido o segundo lugar nos aeroportos portugueses, acusou o Estado português de proteccionismo relativamente à transportadora aérea de bandeira.

"Na generalidade, o proteccionismo é grande, sem que prestem (TAP) um bom serviço ao cliente", adiantou o mesmo responsável, sublinhando que "este proteccionismo não é do aeroporto, nem do turismo, são ajudas públicas".

E Arnaldo Muñoz foi mais longe dizendo que apesar da maior transportadora nacional ter apresentado lucros de 7,3 milhões de euros, em 2006, "uma coisa é sobreviver com as receitas ordinárias provenientes dos passageiros, outras são as receitas extraordinárias".

O responsável chega mesmo a acusar a TAP de alegadamente manipular os resultados. "Há muita forma de fazer maquilhagem contabilistica e quando ocorrer a privatização [prevista para 2008] isto já não vai poder acontecer", acrescenta a mesma fonte.

Arnaldo Muñoz vai mais longe dizendo que "duvido que a companhia seja rentável com os passageiros".

O responsável avançou com estas declarações durante o evento que marcou o facto da companhia de baixo custo ter assumido o segudo lugar nos aeroportos nacionais, na presença do director-geral do aeroporto de Lisboa e do Turismo de Portugal.