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TAP quer ficar com participadas da Varig

A TAP quer ficar com as participadas da Varig para a manutenção (VEM) e logística (VariLog), mesmo que a sua proposta para a Varig não vá para a frente, revelou hoje o presidente executivo da empresa portuguesa.

26 de Outubro de 2005 às 20:33
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A TAP quer ficar com as participadas da Varig para a manutenção (VEM) e logística (VariLog), mesmo que a sua proposta para a Varig não vá para a frente, revelou hoje o presidente executivo da empresa portuguesa.

Num encontro com jornalistas, Fernando Pinto realçou que estas empresas, em particular a manutenção são estratégicas, mas a sua compra não é garantia de que a TAP será o parceiro escolhido para a Varig, até porque há mais interessados.

A compra da VEM e da VariLog através de uma primeira tranche de 62 milhões de dólares (51 milhões de euros) é a primeira fase do processo de recuperação da Varig proposto pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social) e que hoje foi aprovado pela assembleia de credores.

O investidor escolhido terá de entrar na primeira fase com cerca de 21 milhões de dólares. O resto é financiado pelo BNDES, estando ainda por apurar o valor total das participadas. A TAP está a negociar com quatro investidores, nacionais e estrangeiros, a obtenção de até 500 milhões de dólares que estima serem necessários ao saneamento total da Varig.

O objectivo da TAP é ficar com 20% da companhia brasileira, assegurando o controlo operacional da empresa com o resto do capital disperso. O plano da TAP, disse o gestor, conta com o apoio operacional da Star Alliance e parceiras (as companhias portuguesa e brasileira fazem parte dessa aliança), mas isso não significa apoio financeiro.

Fernando Pinto não revela os potenciais investidores – há negociações avançadas com um para 100 milhões de dólares – porque há cláusulas de confidencialidade.

Na Assembleia de Credores da Varig que decorreu hoje foram aprovadas três premissas de uma futura proposta do BNDES que deverá ser apresentada na próxima segunda-feira numa nova assembleia.

Estas condições tentam dar fôlego financeiro para a Varig pagar a dívida que tem com as empresas de leasing americanas até ao dia 9 de Novembro.

Até essa data, segundo as condições iniciais, seria criado um Fundo de Private Equity que seria dono de uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) que compraria a VarigLog e a VEM com o apoio do empréstimo de 61 milhões de dólares do BNDES.

Esse Fundo seria detido por actuais ou outros investidores que queiram participar nessa fase do processo. O BNDES também será um dos accionistas desse fundo. A SPE é que administrará as duas empresas da Varig, mas o accionista é o fundo.

A criação deste fundo tornará mais fácil a captação rápida de dinheiro para pagar as dívidas de curto prazo da Varig.

A segunda condição é que houve a possibilidade de acerto de contas entre o deve e o haver do Estado brasileiro, relativo ao congelamento das tarifas que foi decretada à Varig nos anos 80.

Numa terceira etapa, com a Varig já saneada, haveria a criação de um segundo Fundo de Private Equity que controlará a Varig. Os investidores que injectarem dinheiro na primeira fase teriam acções "sénior" no âmbito da venda da Varig. Os actuais credores ficariam com acções "júnior".

Caso essa proposta não avance e seja decretada a falência da Varig, os investidores ficarão sempre com os dois activos da Varig. Para o BNDES esta "é uma solução estratégica e bem-vinda" para o sector aéreo brasileiro.

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