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TAP leva Parpública para prejuízos de 367 milhões em 2014

O grupo Parpública, presidido por Pedro Ferreira Pinto, atribui as perdas sobretudo aos resultados do segmento "transporte aéreo e actividades relacionadas" no grupo TAP.

Pedro Elias/Negócios
30 de Abril de 2015 às 22:24
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A Parpública - Participações Públicas, gestora de participações sociais de capitais exclusivamente públicos registou perdas de 367,1 milhões de euros em 2014, contra lucros de 792 milhões um ano antes.

 

E isto "em consequência dos resultados obtidos pela holding Parpública e pelo segmento ‘transporte aéreo e actividades relacionadas’ no grupo TAP", justifica a empresa no comunicado sobre as contas divulgado esta quinta-feira na CMVM.

 

"Para o resultado líquido contribui o reforço da provisão da TAP, a perda associada às acções Galp subjacentes à opção embutida nas obrigações permutáveis, perdas relacionadas com os swaps associadas ao empréstimo de 599,238 milhões de euros, bem como com juros e gastos similares suportados com financiamentos. É de realçar igualmente a forte redução dos dividendos, o que naturalmente decorre da alienação de participações em virtude do cumprimento do Programa de Privatizações levado a cabo nos últimos anos", explica.

 

Por outro lado, "a contribuir positivamente para a formação do resultado, esteve o segmento ‘águas e resíduos’ através do contributo da participada Águas de Portugal", refere o documento.

 

 No final de 2014, o património consolidado do grupo Parpública atingia 17 mil milhões de euros enquanto o passivo consolidado rondava os 13,3 mil milhões de euros.

 

Os capitais próprios consolidados do conjunto das empresas que integram o universo Parpública verificaram um decréscimo de 10,5%, face ao nível observado em 2013, tendo-se fixado em 3.668,5 milhões de euros no final de 2014. "À semelhança dos anos anteriores, todos os segmentos apresentam capitais próprios positivos com a excepção do segmento ‘transporte aéreo e actividades relacionadas’ onde se vem registando uma crescente degradação dos capitais próprios do grupo TAP".

 

A empresa refere ainda que "no sentido de satisfazer as necessidades de fundos decorrentes da sua actividade operacional e refinanciamento da dívida, a Parpública assegurou durante o ano 2014 o financiamento necessário, através de duas emissões obrigacionistas, uma de 750 milhões de euros colocada no mercado nacional e outra, de 600 milhões de euros colocada no mercado internacional por via de uma emissão de Eurobonds". Deste modo, a empresa diversificou as suas fontes de financiamento e reduziu a taxa de juro relativamente a anteriores emissões, acrescentou.  

 

O ano de 2014 ficou igualmente marcado pelo início do processo de integração da Parpública no perímetro das contas públicas, com efeitos práticos a partir de 1 de Janeiro de 2015. "Nessa perspectiva, capacitou-se a empresa em termos de capital humano e implementação de novos procedimentos para fazer face à integração da empresa no sector público administrativo, de modo a dar-se cabal cumprimento à aplicação e adopção dos normativos legais definidos na Lei do Orçamento do Estado", sublinha.

 

Saliente-se que, a nível individual, o resultado da Parpública fixou-se, no final do ano, em 461,9 milhões de euros negativos, "onde assumem particular destaque os juros e encargos suportados com o endividamento, que ascendeu a 214,2 milhões de euros, a perda por registo da contabilização da imparidade associada às acções Galp detidas pela Parpública, das quais a grande maioria constitui o activo subjacente a uma emissão de obrigações permutáveis, calculada em 204,8 milhões de euros, e o reforço contabilístico da provisão relativamente à participada TAP pela redução dos seus capitais próprios em cerca de 138,5 milhões de euros".

 

A empresa reitera que "é de realçar o enorme peso que a desvalorização das acções da Galp teve, ao longo de 2014, no resultado da Parpública. Efectivamente, a cotação da Galp observou uma desvalorização de 29,24% durante o ano, coincidindo o pico dessa desvalorização com o final do exercício. No entanto, importa salientar que, nos primeiros meses de 2015, essa desvalorização e correspondente menos valia foi completamente anulada, dado que a cotação da Galp fixa actualmente valores ao mesmo nível dos observados no início de 2014, com o respectivo efeito positivo nos resultados da Parpública".

 

No que diz respeito às suas perspectivas, a Parpública destaca que o ano de 2015 constituirá o primeiro exercício em que a sociedade, e algumas das suas participadas (Sagestamo, Estamo, Consest, TAP, SGPS e SPE) estão integradas no perímetro das administrações públicas, o que tem implicações quer ao nível das regras de funcionamento e reporte, quer relativamente ao modelo de financiamento. "Neste último aspecto, todas as necessidades de financiamento passam a ser agora supridas via Orçamento de Estado, através da DGTF com base nos mecanismos de dotação de capitais previstos", regista o comunicado.

 

Ao nível da condução dos negócios, "espera-se que durante o corrente ano se concretizem as transacções contratadas (EGF) ou em fase de preparação (TAP) cujos activos se encontram classificados nas demonstrações financeiras como detidos para venda, não estando previstas nesta data outras operações de reprivatização de valor significativo", conclui.

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