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Tailandesa Minor vende dois hotéis no Algarve por 148 milhões
O grupo tailandês comprou 14 hotéis da marca Tivoli em Portugal em 2016 ao falido Grupo Espírito Santo (GES) por 294 milhões. Agora, vende duas das unidades no Algarve por 148 milhões, obtendo mais valias de 26 milhões.
A tailandesa Minor International (Mint) concluiu a venda de dois hotéis no Algarve - o Tivoli Marina Vilamoura e o Tivoli Carvoeiro - ao fundo Azora European Hotel & Lodging, FCR, da espanhola Azora Gestión, por 148 milhões de euros.
As duas unidades hoteleiras vão continuar a ser geridas pela Minor, através do NH Hotel Group (NHH), por 20 anos, que poderão ser estendidos por mais 10, informa em comunicado esta quarta-feira, 21 de julho. A Minor contou com a assessoria da PLMJ na transação.
Dillip Rajakarier, CEO da Mint, salienta que "a transação reitera a força combinada da Mint e da NHH na execução de outra rotação estratégica de ativos com um respeitado investidor institucional imobiliário na Europa, após a sale-and-lease-back do NH Collection Barcelona Gran Hotel Calderón no mês passado".
"É com satisfação que cumprimos mais um dos nossos compromissos para com os nossos acionistas, no sentido de fortalecer o nosso balanço patrimonial com este marco num momento tão desafiante. A transação aumenta ainda mais o retorno geral do portefólio Tivoli, além da transação anterior, concluída em 2019", acrescenta, citado em comunicado.
O gestor faz uma alusão à venda ao fundo norte-americano Invesco de três dos hotéis que havia comprado – o Tivoli Avenida da Liberdade, o Tivoli Oriente e o Avani Avenida da Liberdade (antigo Tivoli Jardim) – por 313 milhões de euros, numa operação de "sale & manage back" que gerou uma mais valia de 62 milhões de euros.
Já Concha Osácar, uma das sócias fundadoras da Azora, manifesta a "séria convicção de que haverá uma profunda recuperação pós-pandemia no setor hoteleiro e de lazer europeu, que teve uma procura reprimida significativa após os longos períodos de bloqueios e restrições, especialmente nos mercados de sol e praia".
"À medida que emergimos num mundo pós-COVID, construímos um forte pipeline de novas oportunidades de investimento e estamos a promover conversas com os proprietários e operadores de alguns dos melhores hotéis da Europa, como os dois Hotéis Tivoli que adquirimos hoje. (...) Esta aquisição representa uma rara oportunidade de adquirir dois hotéis de prestígio bem operados, a um preço atrativo, que acreditamos nos permitirá criar valor a longo prazo para os nossos clientes", conclui.
Compra dos hotéis Tivoli ao GES em duas fases
A aquisição dos Tivoli passou por várias fases. A cadeia hoteleira era controlada pela Rioforte e entrou em dificuldades financeiras logo em 2014, na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES) e colapso do GES. A Rioforte iniciou, por essa altura, um processo de venda dos hotéis, que deveria ter sido concluído até ao final de 2014.
Só que a empresa do universo Espírito Santo que geria as sociedades do setor não financeiro entrou em insolvência, levando a um impasse negocial que impedia a entrada de um novo investidor. Com a Rioforte falida, a cadeia de hotéis também acabou por entrar em Processo Especial de Revitalização (PER), no qual se contavam 822 credores.