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Supremo confirma condenação do Santander no caso do "swap especulativo"

O Supremo Tribunal de Justiça confirmou o acórdão que condenou o Santander, no início deste ano, a devolver cerca de 2,5 milhões de euros à Fábrica de Papéis dos Cunhas, que entretanto faliu, com a qual tinha celebrado um contrato de "swap" considerado nulo.

Pedro Catarino/Correio da Manhã
21 de Julho de 2015 às 11:28
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No início do ano, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), negando a decisão da Relação, tinha considerado nulos três contratos de "swaps" do Santander Totta, condenando o banco a devolver 2,2 milhões de euros (mais juros) à Fábrica de Papéis dos Cunhas, de Lousada. 

 

A decisão decorreu do entendimento pelo Supremo do carácter especulativo do contrato, equiparando-o a "jogo e azar", uma vez que não haveria uma verdadeira cobertura de risco inerente a um contrato de empréstimo.

 

Uma sentença com base ainda num fundamento inédito: o tribunal superior considerou que se estava perante uma "ofensa importante à ordem pública".

 

Esta terça-feira, através de uma nota enviada para as redacções, o advogado da empresa avança que o Supremo confirmou o acórdão proferido há meio ano. É que, após a condenação, o banco tinha apresentado pedido de nulidade, que foi recusado pelo STJ, confirmando assim a sua anterior decisão.

 

O advogado Pedro Marinho Falcão explica que "perante o reforço da confirmação do Supremo para o pagamento por parte do Santander Totta, este banco não pode mais recorrer da decisão".

 

Os 2,5 milhões de euros serão distribuídos pelos credores da empresa. É que a Cunhas, que mudou de denominação para Sweatbusiness, faliu e está em liquidação, com dívidas superiores a 32 milhões de euros.

 

Considerando esta decisão como "histórica", Falcão enfatiza que "o Supremo ainda não tomou decisões de idêntica natureza sobre o tema das ‘swaps’".

 

Os contratos de "swaps" são ou não jogo ou aposta? Não há entendimento único dos tribunais. Falta jurisprudência. Até ao momento, existem apenas quatro decisões do Supremo, duas favoráveis às empresas e duas ao Santander.

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