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Startups de saúde feminina com investimento recorde na pandemia

Antes consideradas muito específicas ou arriscadas pela comunidade de capital de risco, as startups digitais de saúde feminina estão a assistir a um aumento nos investimentos à medida que a pandemia da covid-19 impulsiona mais serviços online.

Simon Dawson/Bloomberg
24 de Abril de 2021 às 18:00
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O financiamento para startups digitais de saúde com foco em mulheres cresceu 105% no ano passado, para 418 milhões de dólares, espalhados por 22 empresas, quase o dobro face a 2019, de acordo com Rock Health, um fundo de capital de risco com sede em São Francisco.

A Rock Health monitoriza empresas de 2 milhões de dólares ou mais que fazem parte do setor de saúde digital e têm sede nos Estados Unidos. Conta com 55 empresas na categoria "femtech", que inclui aquelas que abordam temas como saúde reprodutiva, cuidados maternos e doenças crónicas.

"O mercado de saúde é uma indústria de 4 biliões de dólares", disse o CEO Bill Evans. "A saúde da mulher é uma pequena parte disso, mas há necessidades sem resposta entre as mulheres hoje e que são mais negligenciadas do que outras áreas."

As mulheres representam 80% das decisões em saúde nos EUA, de acordo com o Departamento do Trabalho, e gastam mais 29% per capita no setor do que os homens. A pandemia trouxe a saúde para o primeiro plano da consciência das pessoas e com ela uma explosão em soluções digitais na área. Esses desenvolvimentos ampliaram a oportunidade de responder às necessidades específicas de saúde das mulheres.

 

Os maiores investimentos em saúde digital da mulher no ano passado incluíram 121 milhões de dólares para a Sema4, uma startup com sede em Stamford, Connecticut, que realiza testes pré-natais e monitoriza e realiza testes em portadores de cancro hereditário; 55 milhões de dólares para a fabricante de bombas para retirar leite materno Willow, de Mountain View, Califórnia; e 45 milhões para o hub virtual de saúde Maven Clinic, com sede em Nova Iorque, de acordo com a Rock Health.

Apesar do aumento recente do interesse dos investidores, as startups de femtech ainda representam apenas 3% do financiamento global de saúde digital em 2020, segundo o fundo de capital de risco.

 

Com sede em Nova Iorque, a Tia - que arrecadou 24 milhões de dólares em capital de risco em maio de 2020 - visa captar todo o espectro da saúde da mulher, desde cuidados primários, ginecologia e terapia até aconselhamento nutricional e acupuntura, através do seu modelo híbrido de clínicas virtuais e presenciais. Por 15 dólares por mês, os pacientes têm acesso a médicos da Tia, mensagens ilimitadas e registos médicos de forma centralizada.

 

Antes da pandemia, o serviço digital da Tia limitava-se a mensagens via chat. Com a chegada da covid-19, a empresa mudou o foco e lançou um conjunto abrangente de telessaúde. "De repente, deparámo-nos com essa oportunidade", disse a cofundadora e CEO Carolyn Witte. "O futuro deste espaço pretende projetar o atendimento para que o virtual seja uma versão melhor do atendimento presencial. No entanto, estamos cientes de que procedimentos como mamografias não podem ser feitos online." Com uma clínica física aberta na cidade de Nova Iorque e outra em Los Angeles este mês, a Tia planeia abrir pelo menos mais duas clínicas este ano e outras 10 em 2022.

 

A Oula Health é uma startup de cuidados com gravidez, sediada em Brooklyn, e que foi lançada em dezembro. A empresa oferece parteiras, obstetras e consultores de lactação através de uma plataforma de telessaúde, além de consultas pré-natais presenciais regulares na sua clínica tradicional.

"Estamos a tentar realmente virar o sistema de assistência à maternidade de cabeça para baixo", disse a cofundadora e diretora de operações Elaine Purcell.

Em outubro, a Oula arrecadou um financiamento inicial de 3,2 milhões de dólares liderado pelo Collaborative Fund, com participação do fundo Metrodora Ventures, uma empresa de capital de risco co-fundada por Chelsea Clinton, a CEO da Maven Clinic Kate Ryder, e Tom Lee, da One Medical.

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