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Sonae cria instituição financeira no Brasil em parceria com o Unibanco (act)

A Sonae e o Unibanco firmaram uma parceria com vista a criar uma instituição financeira no Brasil, que tem como objectivo financiar a rede de retalho da empresa portuguesa e prestar serviços financeiros aos clientes do grupo de Belmiro de Azevedo no Brasi

30 de Agosto de 2004 às 15:07
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(actualiza com comunicado do Unibanco e comentário da Sonae; altera lead)

A Sonae e o Unibanco firmaram uma parceria com vista a criar uma instituição financeira no Brasil, que tem como objectivo financiar a rede de retalho da empresa portuguesa e prestar serviços financeiros aos clientes do grupo de Belmiro de Azevedo no Brasil.

A instituição será detida em partes iguais pelas duas companhias e a Sonae não terá de fazer investimentos iniciais.

Segundo uma notícia de hoje do jornal brasileiro «Valor Económico», a instituição terá um capital de 26 milhões de reais (7,32 milhões de euros) e seguirá o modelo de outras parcerias que o Unibanco já detém com retalhistas brasileiras.

Em comunicado, o Unibanco e a Sonae anunciaram que «firmaram parceria para a criação de uma financeira, celebrando uma nova etapa de um duradouro relacionamento de 14 anos. A financeira terá o seu controle compartilhado entre o Unibanco e o Sonae».

O Unibanco já actua nas lojas da Sonae comercializando produtos financeiros como cartões de crédito Private Label, crédito directo ao consumidor, empréstimo pessoal e seguros, entre outros produtos de crédito ao consumo.

A Sonae conta com 21 mil colaboradores e actua no segmento de hipermercados, onde é detentor da marca BIG, com 46 lojas (nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Parana) e no segmento de supermercados, com 24 lojas Mercadorama no Parana e 67 lojas Nacional no Rio Grande do Sul. A Sonae também controla a rede Maxxi Atacado, com 11 lojas na região Sul, e possui três centros de distribuição.

Com esta parceria o Unibanco adiciona 1,6 milhões de cartões dos clientes activos da Sonae, que representam 15% da facturação da empresa portuguesa, que no Brasil detém a quarta maior rede de supermercados, refere o jornal, informação ainda não confirmada pelas entidades.

«Com a parceria, esperamos que a participação dos cartões na facturação do grupo Sonae, hoje pouco abaixo dos 15%, cresça de forma expressiva», afirma Sérgio Maia, presidente do Sonae Distribuição do Brasil, citado pelo mesmo jornal. Contactada pelo Jornal de Negócios Online, a Sonae disse não ter mais nada a acrescentar sobre a parceria.

Segundo a mesma fonte, a abertura de uma financeira com o Unibanco permitirá uma maior alavancagem nas vendas, já que o «funding» será aportado pelos dois sócios e a expectativa é de conceder crédito mais barato. «Na prática, a Sonae poderá crescer sem ter todo o lastro financeiro e partilhar o lucro da operação», refere.

Segundo o «Valor», o Unibanco vai pagar 15 milhões de reais (4,22 milhões de euros) à Sonae – um valor inferior a outros negócios do género - para a realização da parceria, pelo que a empresa portuguesa não terá de realizar um investimento parcial para a criação da financeira.

Esta parceria visa também responder à associação do Pão de Açúcar com o Itaú, que também criaram uma entidade financeira, bem como refrear os rumores de que a Sonae vai sair do retalho no Brasil.

«A parceria reforça a estratégia de crescimento do Unibanco no segmento de crédito ao consumidor no varejo e consolida a estratégia de expansão da Sonae no Brasil», afirma o Unibanco em comunicado enviado à Bolsa de São Paulo (Bovespa).

O Unibanco, que é accionista da Portugal Telecom, já presta serviços financeiros à Sonae há 14 anos. «Mas a operação adquiriu um vulto que compensava a abertura de uma financeira», explica Márcio Schettini, vice- presidente do Unibanco.

O pedido de registo da nova instituição já foi apresentado ao Banco Central e depende de decreto presidencial, já que a Sonae é um grupo estrangeiro. A Sonae facturou 3,8 mil milhões de reais (1,07 mil milhões de euros) no ano passado no mercado de retalho brasileiro.

* Correspondente em São Paulo

As acções da Sonae SGPS seguiam nos 0,86 euros, a descer 1,15%.

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