Notícia
Sindicatos vão apresentar queixa-crime contra a CP
Empresa considera paralisação ilegal e ameaça com faltas injustificadas. Trabalhadores dizem que CP está a violar o direito à greve.
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Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores Ferroviários (SNTF) afirma que a "Adminstração da CP enviou uma carta aos trabalhadores da empresa informando que a partir de dia 20 de Março passaria a considerar a greve como ilegal e a ameaçar com acções disciplinares e cíveis contra quem se mantivesse em greve".
O sindicato diz ainda que não entende como é que estavam a ser suprimidos "milhares de comboios" e acusou a administração de querer colocar os utentes contra os trabalhadores.
Em comunicado emitido ontem à noite, a Administração da CP disse que as paralisações "reivindicam a criação de regras de excepção que os sindicatos sabem que não estão ao alcance do Conselho de Administração da empresa". A transportadora cortou salários e fez um plano de rescisões para cumprir as metas de cortes de 15% de custos impostas pelo Governo.
"Algumas das greves têm vindo a ser convocadas e conduzidas de forma cirurgicamente selectiva, apenas com o objectivo de provocar os maiores danos à circulação dos comboios, através da recusa ao cumprimento de tarefas imprescindíveis à adequada prestação do serviço, apesar de não se considerarem em greve para a realização de outras", disse a CP.
"Esta é uma forma de paralisação do trabalho imprópria, que retira à empresa o seu legitimo direito de direcção e que não tem acolhimento na lei da greve", continua a administração.
A CP realça ainda que "já alertou os Sindicatos para o facto de os trabalhadores que continuem a aderir a tais paralisações virem a incorrer em faltas injustificadas, com todas as consequências que daí poderão advir".