A Royal Dutch/Shell planeia vender entre 10 e 12 mil milhões de dólares (entre 8 e 9,7 mil milhões de euros) em activos nos próximos dois anos, para melhorar os lucros enquanto aumenta os investimentos de capital.

A divisão de petróleo e de gás da Shell tem com alvo cinco mil milhões de dólares em desinvestimentos e outras transacções durante esse tempo, revelou a petrolífera em comunicado.

O presidente executivo da Shell, Jeroen Van der Veer quer restaurar a confiança do investidor depois de empresa ter revelado em Janeiro que tinha contabilizado erroneamente as suas reservas. Esta situação levou à demissão do seu antecessor e outros dois executivos a pagarem multas de 150 milhões de dólares aos reguladores do Reino Unido e EUA.

As petrolíferas estão a arrecadar dinheiro com a venda de activos e com a valorização do petróleo, que atingiu o valor recorde de 49,40 dólares por barril em Nova Iorque o mês passado devido ao aumento da procura e à falta de capacidade de produção.

A Comissão Europeia aprovou na semana passada o negócio de compra da rede portuguesa da Shell por parte da Repsol, por considerar que a operação não vai distorcer a concorrência no sector em Portugal, pois a empresa espanhola vai ter a concorrência da Galp, da BP, da Cepsa, da ExxonMobil.

«A operação não suscita preocupações de concorrência, uma vez que existem neste mercado outras grandes empresas concorrentes», referia o comunicado de Bruxelas.

A Shell anunciou a 25 de Junho que chegou a acordo para vender a sua rede de 303 postos de abastecimento de combustível em Portugal à espanhola Repsol, alienando ainda 15% da Companhia Logística de Combustíveis (CLC) e activos de distribuição.

As acções da Shell seguiam a cair 1,97% para os 423,75 pence (6,18 euros).