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Santander propôs empréstimo ao Estado como contrapartida para cancelar “swaps”

A operação de financiamento sugerida pelo Totta ao Ministério das Finanças prevê a concessão de um empréstimo de longo prazo, que permitiria liquidar o valor dos “swaps” e do qual sobraria dinheiro para “livre utilização pelo Estado”. Não foram avançados nem o montante nem a taxa de juro.

03 de Outubro de 2013 às 14:11
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O Santander Totta sugeriu ao Ministério das Finanças ceder um empréstimo ao Estado que serviria como contrapartida para liquidar os “swaps” que vendeu às empresas públicas.

 

“O banco fazia uma operação de financiamento ao Estado português de longo prazo em condições, quer de montante quer de taxas de juro, bastante favoráveis”, afirmou o presidente executivo da instituição financeira, António Vieira Monteiro, em resposta ao deputado socialista Filipe Neto Brandão, na comissão parlamentar de inquérito aos “swaps”.

 

Com o dinheiro alcançado com o empréstimo, o Estado poderia liquidar os derivados e ainda teria dinheiro para "livre utilização". No final da audição, Vieira Monteiro não quis especificar qual o montante da operação de financiamento nem as taxas de juro envolvidas.

 

“As condições dependem muito daquilo que é o mercado, como está o mercado, como se desenvolve”, tinha já afirmado o banqueiro na audição, para mostrar que os valores da operação de financiamento são variáveis.

 

Segundo tem sido noticiado, o Santander tem-se recusado a aceitar um desconto para cancelar os “swaps”, como aconteceu com os outros bancos que tinham comercializado derivados com o sector empresarial do Estado. Nestes casos, as instituições aceitaram, depois de negociar com o Ministério das Finanças, que as empresas pagassem menos do que o valor de mercado dos derivados financeiros. O presidente executivo do Totta não quis especificar se, nesta proposta em cima da mesa, haverá lugar a algum desconto.

 

No relatório feito pelo IGCP, os contratos do Santander tinham perdas potenciais na ordem dos 1,4 mil milhões de euros, o que correspondia a 40% das perdas potenciais globais na análise à carteira do sector empresarial do Estado.

 

Segundo o banqueiro, as perdas potenciais dos derivados financeiros contratados pelas quatro empresas públicas – Metro de Lisboa, Metro do Porto, Carris e STCP – ao Santander estavam, em Abril, em 1,4 mil milhões de euros e encontram-se, actualmente, em 1,2 mil milhões de euros.

 

O Governo e o Santander Totta, apesar dos vários litígios judiciais entre si, têm dito que mantêm a via negocial para chegar a acordo. A proposta do empréstimo de longo prazo ao Estado terá sido feita pela primeira vez em Abril e é aquela que se mantém "em cima da mesa", segundo Vieira Monteiro. No Verão, a crise política paralisou as conversações mas o responsável confirmou aos jornalistas que já se tinha encontrado com a nova secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco. 

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