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Ricardo Salgado diz «accionistas devem escolher presidente da PT»

O próximo presidente da PT deverá ser escolhido pelos accionistas, ao invés de ser nomeado pelo Estado, defendeu Ricardo Salgado em entrevista ao «Expresso». O presidente do BES manifestou-se ainda contra a privatização da CGD.

19 de Janeiro de 2002 às 11:37
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O próximo presidente da Portugal Telecom (PT) deverá ser escolhido pelos accionistas, ao invés de ser nomeado pelo Estado, defendeu Ricardo Salgado em entrevista ao «Expresso». O presidente do Banco Espírito Santo (BES) manifestou-se ainda contra a privatização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Referindo-se ao actual presidente da PT [PTC], Murteira Nabo, Ricardo Salgado afirmou que «o presidente foi eleito por um mandato e é natural que o termine. Depois, devia ser a estrutura accionista a ditar o nome de quem vai conduzir os destinos da empresa».

O BES [BESNN] é o maior accionista privado da operadora, com cerca de 10% do capital. No entanto, a PT é controlada indirectamente pelo Estado, que ainda detém 500 acções com direitos especiais, que lhe conferem o veto nas decisões estratégicas, acrescendo a esta posição os 5% detidos pela CGD na PT.

Ricardo Salgado admitiu a possibilidade de Murteira Nabo continuar como presidente do conselho de administração (CA) da PT após o actual mandato, que termina em 2003, mas sublinhou que «o presidente executivo e os demais administradores, que devem ser profissionais independentes, têm de reflectir a posição dos accionistas».

A comissão executiva da PT é composta por sete membros e nenhum deles representa accionistas que têm assento no conselho de administração.

O presidente do BES já havia afirmado anteriormente que pretendia reforçar a presença do seu grupo na gestão da PT, através da tomada de assento na comissão executiva da maior operadora nacional de telecomunicações.

Ricardo Salgado contra privatização da CGD

O presidente do BES adiantou que é «manifestamente contra» a privatização da CGD, uma possibilidade que foi levantada depois de Durão Barroso ter afirmado que poderá privatizar parte do capital do grupo financeiro estatal caso o Partido Social Democrata (PSD) vença as eleições legislativas antecipadas.

Ricardo Salgado justificou a sua posição afirmando que a CGD «tem um papel importante a desempenhar na sociedade portuguesa», que se perderia caso o banco fosse alvo de um processo de privatização.

Salgado afasta taxação de serviços Multibanco

O Presidente do BES adiantou que não defende o pagamento dos serviços Multibanco, alegando que foi «mal interpretado» nesta matéria, na sequência de uma entrevista concedida no ano passado ao «Público» e na qual admitiu a possibilidade de alguns serviços virem a ser taxados.

Segundo o mesmo responsável, isso só seria possível em serviços diferenciados, ao passo que o Multibanco é «totalmente indiferenciado e não existem vantagens competitivas de uns bancos para outros».

Ricardo salgado acrescentou que o banco que pensar em taxar os serviços Multibanco «será cilindrado» pela concorrência.

O mesmo responsável reiterou ainda que a estratégia do BES passa por apostar no crescimento orgânico e em possíveis alianças com outros bancos de menor dimensão, uma vez que não pretende que o controle do grupo passe para outras mãos. Neste contexto, Ricardo salgado afastou a hipótese de uma possível aliança com o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA).

As acções do BES encerraram na sexta-feira inalteradas nos 14,55 euros.

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