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Retalho compensa quebra nos escritórios
O segmento de retalho está a registar um forte desempenho em Portugal no presente ano e, desta forma, a compensar «os rendimentos menores do mercado de escritórios»,
O segmento de retalho está a registar um forte desempenho em Portugal no presente ano e, desta forma, a compensar «os rendimentos menores do mercado de escritórios», segundo o mais recente estudo sobre o panorama do mercado imobiliário português, designado «Portugal Marketbeat Autumn 2003» e elaborado pela consultora imobiliária multinacional Cushman & Wakefield Healey & Baker.
A maior transacção em valor durante 2003 foi a venda do Forum Montijo, pela AM Development a um fundo alemão, o CGI, por um montante na casa dos 130 milhões de euros. «Este facto levou a uma alteração da política de investimento e a uma abordagem mais cautelosa ao sector dos escritórios, dado o seu fraco nível ocupacional, privilegiando os mercados de retalho e de logística», acrescenta o estudo da Cushman.
A segunda maior operação imobiliária do ano ocorreu no segmento de escritórios e respeitou à venda do Monumental, por parte da ADIA aos novos proprietários, uma parceria constituída pelos norte-americanos da GE Capital e do Grupo Amorim. A transacção envolveu um montante de 66 milhões de euros.
A terceira maior operação foi também protagonizada pela GE Capital/Amorim, desta feita como vendedores ao fundo Vision Office Fund, da Norfin, do empreendimento Entrecampos 28, por uma quantia de 42,5 milhões de euros.
Segundo a Cushman, até 2006 poderá haver uma oferta nova de cerca de 700 mil m2 de escritórios, sendo que aproximadamente 125 mil m2 estão em construção e os restantes 575 mil m2 se encontram em fase de projecto.
Destes 700 mil m2, aproximadamente 250 mil m2 poderão vir a surgir em 2005 e cerca de 315 mil m2 em 2006. A este total de 700 mil m2 acresce ainda uma oferta importante de escritórios usados de qualidade.
No segmento industrial, a procura resulta sobretudo de necessidades pontuais por via de estruturações de espaços existentes ou em expansão. Consequentemente, o mercado de arrendamento permanece fraco e a evolução dos valores de renda tem tendência para se manter estável a curto e médio prazo.
Neste segmento, a ESAF, a maior sociedade gestora de fundos de investimento imobiliário a operar em Portugal, é um dos principais investidores institucionais no sector da logística a nível nacional.
De acordo com a Cushman, foi responsável pela construção e arrendamento de mais de 300 mil m2 de armazéns nas áreas das Grandes Lisboa e Porto. Outros investidores institucionais como a Norfin e a Futures & Colonial (Grupo BCP) passaram a incluir imóveis industriais na sua carteira imobiliária.
No segmento de retalho, os principais centros urbanos aparentam estar consolidados, estando os promotores a dirigir os seus investimentos para capitais de distrito de menor dimensão, como Coimbra, Viseu, Leiria, Santarém e Vila Real.