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Renault quer ser construtor europeu mais lucrativo em 2009

O presidente da Renault, Carlos Ghosn, conhecido por ter salvado a Nissan da falência, está determinado em fazer da companhia francesa o construtor mais rentável da Europa em 2009, com uma margem operacional de 6% sobre as vendas, sendo que a média europe

09 de Fevereiro de 2006 às 10:17
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O presidente da Renault, Carlos Ghosn, conhecido por ter salvado a Nissan da falência, está determinado em fazer da companhia francesa o construtor mais rentável da Europa em 2009, com uma margem operacional de 6% sobre as vendas, sendo que a média europeia é de 3,6%.

Esta ambiciosa meta, que pressupõe a quase a duplicação dos resultados operacionais de 2005, faz parte do plano de relançamento da Renault para os próximos três anos e que foi anunciado esta manhã em conferência de imprensa, em Paris.

O objectivo de Ghosn, e que vai propor aos accionistas na próxima assembleia geral, é que seja pago um dividendo de 4,5 euros por acção em 2009, contra os 1,8 euros pagos em 2005.

Este plano, com a designação de Contrato 2009, assenta numa estratégia de crescimento através do alargamento da base de oferta de produtos com a entrada no segmento «Premium» com modelos de gama alta, veículos de nicho, SUV e 4X4. A Renault prevê, deste modo, o aumento das vendas em mais 800 mil unidades vendidas em 2009 face a 2005. Do total, 250 mil serão vendidos dentro da Europa e o remanescente, 55 mil unidades, com o propósito de reduzir a dependência europeia, sobretudo, de França, que «deixa a Renault muito vulnerável», segundo Ghosn.

26 lançamentos

Para isso, a Renault esta a trabalhar no lançamento de 26 novos produtos, o que corresponde a uma média de oito produtos inéditos por ano, entre 2007 e 2009. Ou seja, o dobro do numero de lançamentos entre 1998 e 2005.

A grande aposta de crescimento da gestão de Ghosn e para aumentar as vendas fora da Europa. O objectivo é subir dos 27% registados em 2005 para 37% em 2009, o que significa um aumento de 80%.

A redução de custos é outra das linhas mestras do gestor. A Renault compromete se a reduzir os custos das compras em 14%, em três anos. Já as despesas de produção deverão baixar em 12% em quatro anos, acompanhado de uma melhoria da capacidade utilizada das fábricas de 60% em 2005 para 75% em 2009.

Carlos Ghosn garantiu aos jornalistas que, para já, esta redução de custos não vai implicar despedimentos ou encerramentos de fábricas, mas que também não haverá crescimentos a este nível.

O gestor rejeita ainda que a Renault precise para já de uma reestruturação, como aconteceu com a Nissan em 1999, altura em que a empresa japonesa tinha um passivo superior a 20 mil milhões de euros. «O que a Renault precisa é de relançar a marca, cortar custos, melhorar performances e alargar a gama de produtos».

O presidente da Renault garante que vai chegar ao segmento alto com modelos próprios da Renault e não com a marcas terceiras, o que afasta o recente cenário de aquisição da marca de luxo Jaguar à Ford.

As vendas da Renault subiram 1,7% no ultimo ano. Já o volume de vendas subiu 1,9% de 40.292 milhões de euros para 41.338 milhões, fechando o exercício com um resultado líquido de mais 685 milhões de euros do que no período homólogo.

«A Renault sofreu uma queda significativa e rápida na perda de margens, perdendo 40% num ano e isto não pode continuar, porque pode deixar a empresa numa situação perigosa», justifica o responsável.

Este ano vai servir para preparar o lançamento de produtos e implementar o novo plano de acção.

*a jornalista viajou a Paris a convite da Renault

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