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OE 2025: "Crise política é tudo o que não necessitamos", diz CEO da Mota-Engil

Carlos Mota Santos diz que está "confiante" sobre o futuro do país, onde a empresa acaba de ganhar a construção do novo Hospital de Todos os Santos em Lisboa e o projeto da alta entre Lisboa e Porto. Contudo, alerta que instabilidade política é "indesejável".

Mariline Alves
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Crise política e eleições antecipadas seriam um problema adicional para a economia portuguesa. O alerta é feito pelo CEO da Mota-Engil, Carlos Mota Santos, que se diz, ainda assim, "confiante" sobre o futuro do país, que vai ganhar peso no negócio da construtora graças a duas novas obras - o novo hospital de Lisboa e a alta velocidade entre Lisboa e Porto.

"Uma crise política é problemática para a economia e, consequentemente, é problemática para todos agentes económicos e para nós, empresas, em particular. É tudo o que não necessitamos. Não estou a falar do caso particular da Mota-Engil. Penso que todos nós, enquanto agentes da economia, não precisamos de uma crise política e de um cenário de eleições", afirmou

O líder da construtora foi questionado, na apresentação dos resultados da emissão de dívida da empresa, sobre a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2025, que foi entregue na semana passada no Parlamento e que ainda não tem aprovação garantida. O Presidente da República já disse que, caso seja chumbado, poderá voltar a convocar eleições antecipadas.

"O que eu espero, o que a empresa espera, para o bem da economia portuguesa e do ecossistema das empresas, para é que haja OE e que haja um funcionamento normal daquilo que é o nosso ciclo legislativo, que são quatro anos", respondeu, sublinhando que é preciso "previsibilidade" e que a interrupção desse ciclo legislativo, com eleições antecipadas, seria "indesejável".

Presente em mais de uma dezena de país, a maior parcela da carteira de encomendas da Mota-Engil - que está em recordes - vem do estrangeiro. No entanto, a construtora acaba de ganhar dois projetos de relevo a nível nacional.

A construção e concessão da futura unidade hospital da capital foi ganha pelo consórcio da Mota-Engil, que teve, no entanto, de fazer alterações ao projeto para acomodar isolamento sísmico, como foi exigido pelo Tribunal de Contas na concessão de visto prévio ao contrato.

A obra começou na semana passada, dois dias antes de o Governo e o consórcio liderado pela Mota-Engil terem assinado o contrato para a primeira parceria público-privada (PPP) para a linha de alta velocidade Lisboa-Porto.

"As obras que nos foram adjudicadas são projetos de elevada relevância para o futuro deste país. Nessa medida, vemos o futuro com confiança em Portugal e nos mercados onde operamos", acrescentou Carlos Mota Santos.

(Notícia atualizada às 17:40)

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