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Remington pede protecção contra credores nos EUA
A fabricante de armas de fogo pediu protecção contra credores, ao abrigo do capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA. O aumento de restrições às vendas de armas nos Estados Unidos intensificou os apuros da empresa.
A Remington Outdoor, uma das maiores fabricantes de armas de fogo e munições dos Estados Unidos, pediu protecção contra credores no domingo, 25 de Março, ao abrigo do capítulo 11 da Lei de Falências do país, avançou a Reuters.
A intenção da empresa, que é a mais antiga dos EUA no fabrico de espingardas, pistolas e revólveres (foi criada em 1816, sob o nome Remington Arms), é chegar a um acordo de redução da dívida com os seus credores, numa altura em que aumenta a pressão da opinião pública com vista a um maior controlo da posse de armas.
Esta pressão foi intensificada pelos recentes ataques em escolas do país, como foi o caso do tiroteio de 14 de Fevereiro num liceu de Parkland (Florida), que resultou em 17 mortos, e grandes empresas e retalhistas norte-americanas já avançaram com medidas de restrição à venda de armas de fogo.
O responsável financeiro da empresa, Stephen Jackson, afirmou em tribunal que as vendas da Remington diminuíram fortemente no ano passado e que está a ter dificuldades em cumprir as obrigações financeiras junto dos seus credores.
No passado mês de Fevereiro, a empresa tinha anunciado que iria reduzir o seu endividamento, que na altura ascendia a 950 milhões de dólares, através de um acordo de transferência do controlo da Remington para os seus credores. Segundo o tribunal onde deu agora entrada o processo, a empresa pretende iniciar esta reestruturação até 3 de Maio.
A "private equity" Cerberus Capital Management, que controla a Remington, deixará de ser a dona da empresa neste processo de protecção contra credores, segundo a Reuters.
Os credores da Remington, entre os quais se incluem a Franklin Templeton Investments e a JPMorgan Asset Management, trocarão a dívida da empresa por capital social da mesma. A ideia é reduzir em 700 milhões de dólares o seu endividamento.
A empresa, prestes então a completar 202 anos, abriu o seu processo no Tribunal de Insolvências de Delaware.
Na passada sexta-feira disse aos investidores que estava com um cash flow operacional negativo de 7,4 milhões de dólares. As receitas de 2017 ascenderam a 603,4 milhões, uma queda de 30% face ao ano precedente, salienta a Fortune.