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Regulador americano avança com ação para travar maior fusão de supermercados da história dos EUA

O regulador norte-americano pretende impedir a fusão entre as cadeias de supermercados Kroger e Albertsons, argumentando que, a acontecer, eliminaria a concorrência e resultaria num aumento dos preços para os consumidores, além de poder levar a perda de capacidade negocial dos trabalhadores.

DR
26 de Fevereiro de 2024 às 19:38
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A Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos (FCT, na sigla em inglês) interpôs uma ação para bloquear a compra por parte da Kroger da Albertsons, por quase 25 mil milhões de dólares, argumentando que, a concretizar-se, a maior fusão de supermercados da história do país resultaria na eliminação da concorrência e levaria a um aumento dos preços junto do consumidor.

A fusão, que prevê a união do quinto com o décimo maior retalhista do país, os quais detém, juntos, dezenas de cadeias como Safeway, Vons, Harris Teeter e Fred Meyer, foi anunciada em 2022 mas, assinala a CNN, acontece numa altura em que os preços dos bens alimentares nos Estados Unidos têm disparado, obrigando, aliás, os americanos a gastarem em comida a fatia mais elevada do rendimento dos últimos 30 anos.

Em comunicado, citado pelo The New York Times, a FTC sustenta que a fusão resultaria em preços mais elevados para os consumidores.

"Esta mega fusão de supermercados surge num momento em que os consumidores norte-americanos têm visto os preços dos produtos alimentares subirem de forma constante nos últimos anos", afirma o diretor do departamento de concorrência da FCT, Henry Liu. "A aquisição pela Kroger da Albertsons levaria a subidas adicionais dos preços dos produtos do dia-a-dia, exacerbando ainda mais o constrangimento financeiro que os consumidores enfrentam hoje em dia em todo o país".

Além disso, o regulador norte-americano entende que a eventual fusão também reduziria a capacidade dos trabalhadores de reivindicarem salários mais elevados e melhores condições de trabalho: "Os trabalhadores essenciais também vão sofrer ao abrigo deste acordo, enfrentando a ameaça de verem os seus salários diminuírem e as suas condições de trabalho deteriorarem-se".

A Kroger e a Albertsons, que empregam sobretudo trabalhadores sindicalizados, afirmaram querem juntar-se para poderem ser mais competitivos contra outros gigantes como a Walmart, Amazon ou a Costco. A fusão aceleraria "a nossa posição como uma alternativa mais atrativa para concorrentes maiores e não sindicalizados", afirmou o CEO da Kroger, Rodney McMullen, quando o acordo foi anunciado, de acordo com a CNN.

As duas empresas têm juntas um total de 710 mil trabalhadores, perto de 5.000 supermercados e vendas anuais na ordem dos 200 mil milhões de dólares.


Em comunicado, citado pela CNBC, a Kroger afirmou que bloquear o acordo de fusão "vai, na realidade, prejudicar as pessoas que a FTC pretende servir: os consumidores americanos e os trabalhadores".

"A decisão da FTC faz com que seja mais provável que os consumidores americanos vejam mais subida de preços da comida e menos supermercados, numa altura em que as comunidades em todo o país já sofrem uma inflação elevada", respondeu.


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