Notícia
"Queremos ser uma das maiores empresas do mundo"
Criada em plena crise, a Innowave dá lucro desde o primeiro trimestre de vida. Mas os fundadores da tecnológica querem mais
14 de Junho de 2011 às 10:52
Concorrer com os melhores e exportar tecnologia foram dois dos objectivos traçados por Tiago Gonçalves e Fernando Correia. Os dois empreendedores fundaram a Innowave Technologies, em 2008, o ano da crise, e só se arrependem de não o terem feito mais cedo. Passados três anos, 70% das receitas da empresa de soluções tecnológicas já são provenientes do exterior. E o objectivo é "ser uma das maiores empresas do mundo", diz Tiago Gonçalves.
Desde o primeiro dia que os fundadores da Innowave têm como objectivo exportar. A área de "business inteligence" e agora a televisão são apostas que estão a dar frutos. "O primeiro projecto foi exportação, temos feito algumas parcerias internacionais, mas o foco tem sido a exportação para mercados evoluídos, não perdemos tempo com mercados menos evoluídos", contou Tiago Gonçalves. E passados três anos, a empresa já factura 1,4 milhões de euros, prevendo chegar pelo menos aos 2,1 milhões este ano.
O primeiro mercado foi a Bélgica, mas já outros estão na forja. "Estamos a dar os primeiros passos na Itália, na Alemanha", detalhou Fernando Correia, acrescentando que o investimento na área da televisão, em parceria com a Microsoft, está a abrir portas na Dinamarca e no Brasil. O primeiro escritório da Innowave fora de Portugal será na Bélgica. Quanto ao futuro, esse passará seguramente, segundo estes responsáveis, por investir nos EUA e no Canadá.
Mas, a Innowave não vira as costas ao mercado nacional. Os fundadores da tecnológica estão convictos que a partir de Portugal poderão oferecer serviços de valor acrescentado. Tiago Gonçalves recordou que desde o início que têm investido em projectos em "nearshore". "Os países mais evoluídos não têm capacidade de ter tecnológicas que compitam por causa da mão de obra. Claro que não temos três milhões de licenciados todos os anos como na Índia, mas temos a competência, espírito inovador, capacidade cultural e de comunicação que são diferentes", afirmou . Para prestar serviços de "outsourcing" em "nearshore", a empresa está a analisar investir num centro de desenvolvimento. Coimbra e Algarve são duas das regiões que poderão receber este investimento.
O crescimento da Innowave, para já, será feito sem recurso a financiamento. "Nunca tivemos nenhum subsídio, no início candidatámos ao QREN e a forma como aquilo funciona, além de consumir uma série de recursos, nem sempre é da forma mais transparente", afirmou Tiago Gonçalves. Assim, a empresa "não precisa de apoios e subsídios, precisamos de recursos bons", concluiu o responsável.
Perguntas a ...
Tiago Gonçalves
Managing partner da Innowave
"O nosso plano inicial demorou seis meses a fazer e a cumprir"
A Innowave ambiciona ser a melhor e para isso o processo de recrutamento é fundamental. A tecnológica analisa, mais do que o grau académico, o potencial dos futuros colaboradores. Aos futuros empreendedores deixa uma palavra de ordem: preparação.
E fácil contratar em Portugal?
Está a ser agora mais fácil, porque temos mais reconhecimento. No início não nos conheciam e era mais difícil contratar os melhores recursos. Lá fora são coisas muito específicas e aí contratamos mais seniores. Nos juniores há uma grande diferença de salário entre Portugal e o resto do mundo, nos seniores já não.
Nós somos muito exigentes a contratar, ou mestrados de Bolonha, ou licenciaturas antigas, têm que falar inglês, que estar disponíveis para ir para o estrangeiro, e nunca baixámos o nível de exigência mesmo no início. Por isso era difícil.
O que procuram?
Procuramos engenharias, e olhamos para o potencial da pessoa, temos pessoas de electrotecnia, matemática, informática. Olhamos para o perfil, para a postura, para a capacidade e o potencial, porque depois a pessoa aprende. Somos 44 colaboradores e o objectivo é chegar a 55 no final do ano.
Que conselhos podem dar a quem está a começar a investir?
Há uma parte de sustentabilidade, nós só demos o passo depois de 14 ou 15 anos, se calhar até poderíamos ter dado antes… o nosso plano inicial demorou seis meses a fazer e a cumprir, não pode ser uma aventura, há toda a parte de preparação. E tentar não ser dependente de ninguém.
A nível de internacionalização a preparação também é importante, no início decidimos ter um sócio estrangeiro para facilitar o processo, desenvolver as parcerias internacionais.
Ideias-chave
Innowave está a investir nos países evoluídos, já que é aí que existe uma maior potencialidade de crescimento
1. Exportação foi a prioridade
Quando fundaram a empresa, Tiago Gonçalves e Fernando Correia tinham o objectivo de investir na exportação da sua tecnologia. Três anos depois também estabeleceram algumas parcerias estratégicas para desenvolver negócio nalguns países.
2. Investir em países desenvolvidos
Querem competir com os melhores, por isso a Innowave está a apostar nos mercados mais desenvolvidos. Para já, a Europa Central e do Norte são os alvos desta tecnológica, mais tarde será os EUA e o Canadá.
3. Aposta em Portugal
Estes empreendedores também não viram as costas ao mercado nacional. A estratégia passa por criar centros de competência que sirvam o estrangeiro.
4. Não afastam aquisições
Por enquanto, a Innowave tem crescido por via orgânica, no entanto não afasta crescer através de aquisições.
Desde o primeiro dia que os fundadores da Innowave têm como objectivo exportar. A área de "business inteligence" e agora a televisão são apostas que estão a dar frutos. "O primeiro projecto foi exportação, temos feito algumas parcerias internacionais, mas o foco tem sido a exportação para mercados evoluídos, não perdemos tempo com mercados menos evoluídos", contou Tiago Gonçalves. E passados três anos, a empresa já factura 1,4 milhões de euros, prevendo chegar pelo menos aos 2,1 milhões este ano.
Mas, a Innowave não vira as costas ao mercado nacional. Os fundadores da tecnológica estão convictos que a partir de Portugal poderão oferecer serviços de valor acrescentado. Tiago Gonçalves recordou que desde o início que têm investido em projectos em "nearshore". "Os países mais evoluídos não têm capacidade de ter tecnológicas que compitam por causa da mão de obra. Claro que não temos três milhões de licenciados todos os anos como na Índia, mas temos a competência, espírito inovador, capacidade cultural e de comunicação que são diferentes", afirmou . Para prestar serviços de "outsourcing" em "nearshore", a empresa está a analisar investir num centro de desenvolvimento. Coimbra e Algarve são duas das regiões que poderão receber este investimento.
O crescimento da Innowave, para já, será feito sem recurso a financiamento. "Nunca tivemos nenhum subsídio, no início candidatámos ao QREN e a forma como aquilo funciona, além de consumir uma série de recursos, nem sempre é da forma mais transparente", afirmou Tiago Gonçalves. Assim, a empresa "não precisa de apoios e subsídios, precisamos de recursos bons", concluiu o responsável.
Perguntas a ...
Tiago Gonçalves
Managing partner da Innowave
"O nosso plano inicial demorou seis meses a fazer e a cumprir"
A Innowave ambiciona ser a melhor e para isso o processo de recrutamento é fundamental. A tecnológica analisa, mais do que o grau académico, o potencial dos futuros colaboradores. Aos futuros empreendedores deixa uma palavra de ordem: preparação.
E fácil contratar em Portugal?
Está a ser agora mais fácil, porque temos mais reconhecimento. No início não nos conheciam e era mais difícil contratar os melhores recursos. Lá fora são coisas muito específicas e aí contratamos mais seniores. Nos juniores há uma grande diferença de salário entre Portugal e o resto do mundo, nos seniores já não.
Nós somos muito exigentes a contratar, ou mestrados de Bolonha, ou licenciaturas antigas, têm que falar inglês, que estar disponíveis para ir para o estrangeiro, e nunca baixámos o nível de exigência mesmo no início. Por isso era difícil.
O que procuram?
Procuramos engenharias, e olhamos para o potencial da pessoa, temos pessoas de electrotecnia, matemática, informática. Olhamos para o perfil, para a postura, para a capacidade e o potencial, porque depois a pessoa aprende. Somos 44 colaboradores e o objectivo é chegar a 55 no final do ano.
Que conselhos podem dar a quem está a começar a investir?
Há uma parte de sustentabilidade, nós só demos o passo depois de 14 ou 15 anos, se calhar até poderíamos ter dado antes… o nosso plano inicial demorou seis meses a fazer e a cumprir, não pode ser uma aventura, há toda a parte de preparação. E tentar não ser dependente de ninguém.
A nível de internacionalização a preparação também é importante, no início decidimos ter um sócio estrangeiro para facilitar o processo, desenvolver as parcerias internacionais.
Ideias-chave
Innowave está a investir nos países evoluídos, já que é aí que existe uma maior potencialidade de crescimento
1. Exportação foi a prioridade
Quando fundaram a empresa, Tiago Gonçalves e Fernando Correia tinham o objectivo de investir na exportação da sua tecnologia. Três anos depois também estabeleceram algumas parcerias estratégicas para desenvolver negócio nalguns países.
2. Investir em países desenvolvidos
Querem competir com os melhores, por isso a Innowave está a apostar nos mercados mais desenvolvidos. Para já, a Europa Central e do Norte são os alvos desta tecnológica, mais tarde será os EUA e o Canadá.
3. Aposta em Portugal
Estes empreendedores também não viram as costas ao mercado nacional. A estratégia passa por criar centros de competência que sirvam o estrangeiro.
4. Não afastam aquisições
Por enquanto, a Innowave tem crescido por via orgânica, no entanto não afasta crescer através de aquisições.