O comunicado de ontem à noite da Portugal Telecom, a propósito da posição que "reteve" na PT Multimedia, foi visto pelo mercado como um claro convite à apresentação de propostas por esta participação.

O Jornal de Negócios sabe que logo após a divulgação do documento pela Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), vários interessados manifestaram perante a PT o seu interesse na posição, tendo ainda durante o final da tarde de ontem circulado rumores que apontavam que a PT já teria efectuado a venda, fora de bolsa, dos seus 8,53% na PT Multimedia sendo mesmo apontado um preço: 9,08 euros por acção, ou seja, por 240,1 milhões de euros.

Este valor estaria bastante abaixo da cotação da PTM no fecho do mercado de ontem, altura em que o título cotava a 9,35 euros. Fonte oficial da PT não teceu comentários remetendo qualquer questão para o comunicado enviado à CMVM.

O que é certo é que, com 8,53% da PT Multimedia, o Grupo PT fica com o "trunfo" de poder escolher quem vai ser o maior accionista da sua antiga empresa, posição que por ora é ocupada pela CGD.

Os 7% que eram 8,3% mas que afinal são 8,56%Afinal nem 7% nem 8,3%. Ao contrário das indicações iniciais da PT, primeiro a referir que deveria ficar com "cerca de 7%" da PT Multimedia, depois, já ontem, a apontar que "manteve uma participação de 8,3%", a PT acabou por ter que ser corrigida pela própria Multimedia que "lembrou" a existência de mais 682,9 mil acções suas nas mãos de fundos controlados pela PT e outros 17 mil títulos controlados pela administração da PT.

No total eram 700 mil acções "não declaradas" pela PT, representativas de mais de 0,25% da PTM, uns "pozinhos" avaliados em mais de 6,5 milhões de euros.