“A proposta da Fosun era a de maior mérito”, devido às condições financeiras, ao projecto estratégico e ao facto de minimizar as contingências jurídicas, revelou o secretário de Estado das Finanças, no final da reunião do Conselho de Ministros desta quinta-feira, 9 de Janeiro.

Manuel Rodrigues adiantou que a decisão do Governo se baseia no facto de a proposta da Fosun "ser a mais forte em seis dos nove critérios" que tinham de ser avaliados. Além disso, nos restantes três critérios, a oferta chinesa era idêntica à da americana Apollo.

Por outro lado, a proposta vencedora está alinhada com “as recomendações unânimes dos assessores do processo de privatização, da Caixa Geral de Depósitos e da comissão especial de acompanhamento da operação que deu garantias de que a operação foi feita com “regularidade, imparcialidade e transparência”.

A chinesa Fosun vai pagar 1.000 milhões por 80% das três companhias de seguros em venda – Fidelidade, Multicare e Cares –, revelou o secretário de Estado, confirmando o valor já noticiado pelo Negócios.

Mas o encaixe total da operação será de 1.264 milhões, tendo em conta que ainda serão vendidos mais 5% das três companhias aos seus trabalhadores e que houve uma distribuição de dividendos ainda em 2013, feita através de uma redução de capital da Fidelidade.

A oferta da Fosun terá um impacto de 169 pontos base nos rácios de solidez da CGD, de acordo com os critérios de Basileia III, sistema que entrou em vigor no início deste ano. “É um aumento de 22% nos rácios de capital da Caixa”, sublinhou Manuel Rodrigues.

Esta operação eleva o encaixe global das privatizações realizadas por este Governo a 8.100 milhões de euros, o que reflecte um aumento de 47% face às previsões iniciais avançadas pelo Executivo de Pedro Passos Coelho.

A concretização da venda da Caixa Seguros à Fosun “acontecerá ainda em 2014”, estando dependente de autorização prévia do Instituto de Seguros de Portugal.