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Prisa lança suspeita sobre subida das acções da Media Capital
O grupo Prisa, que anunciou na quinta-feira uma OPA à Media Capital a 7,40 euros por acção, defende que, mais do que a normal especulação do mercado, a subida do valor das acções da empresa portuguesa nos últimos seis meses traduz-se em movimentos "pouco
O grupo Prisa, que anunciou na quinta-feira uma OPA à Media Capital a 7,40 euros por acção, defende que, mais do que a normal especulação do mercado, a subida do valor das acções da empresa portuguesa nos últimos seis meses traduz-se em movimentos "pouco transparentes".
A expressão foi utilizada por Juan Luis Cebrián, CEO do grupo espanhol, numa conferência de imprensa que decorreu, na sexta-feira, em Madrid. Fonte oficial da Prisa, contactada pelo Jornal de Negócios, reconhece o peso da insinuação, mas recusou-se a prestar mais esclarecimentos acerca da "pouca transparência" em torno destas movimentações. Este ano as acções da Media Capital sobem 16%, acumulando um ganho de 26% em 12 meses.
A suspeita foi lançada um dia depois de a Prisa anunciar a OPA sobre uma empresa da qual detém já 33%. A estes acrescem ainda o direito de preferência sobre 12 a 13,3% do capital detido por Miguel Pais do Amaral. E é este acordo entre os accionistas espanhóis e o empresário português que motiva agora a oferta da Prisa, num movimento de antecipação à nova lei das OPA já promulgada pelo Presidente da República, mas ainda não publicada em Diário da República (ver caixa). Caso se venha a verificar que esta tem efeitos retroactivos, a Prisa seria obrigada a lançar uma OPA à Media Capital, devido ao acordo de venda com Pais do Amaral, sujeitando a que o valor de referência fosse calculado com base na média da cotação dos últimos seis meses.