Foi ontem apresentado o primeiro telemóvel de marca portuguesa, um dispositivo que assinala a entrada da NDrive no mercado das comunicações móveis. Esta aposta contraria a lógica da actual tendência, segundo a qual as marcas de telemóveis invadiam o segmento de navegação, através da contratação de "softwares" às empresas de navegação, como a própria NDrive.

Com três mil aparelhos prontos a entrar no mercado português já esta semana, as ambições da empresa portuguesa para o seu NDrive Phone S300 não "morrem" na fronteira, devendo colocar o telemóvel em Espanha já no próximo mês e tendo já contratos celebrados com retalhistas franceses e italianos.

A empresa, que saltou para as páginas dos jornais quando Cavaco Silva ofereceu um dos seus GPS ao rei de Espanha, tem já uma forte presença nos mercados internacionais fruto das suas ofertas "core" - os sistemas de navegação - com dois terços do seu volume de negócios a ser gerado no exterior - Espanha (31,9%), Brasil (5,2%), e França, Itália e México (26,7%).

O investimento da NDrive na criação do seu próprio aparelho móvel atingiu os 500 mil euros, ao longo de sete meses, tendo estabelecido uma parceria com a Microsoft para disponibilizar o Windows Mobile 6 no S300.

"É um telemóvel de topo de gama para o segmento empresarial", definiu-o João Neto, administrador da empresa nascida da cisão da InfoPortugal. Às lojas das operadoras móveis portuguesas - TMN, Vodafone e Optimus - o Ndrive Phone só deverá chegar já em Dezembro, não estando previsto "em princípio" a celebração de qualquer acordo de exclusividade.

Mas antes da chegada às lojas das operadoras, o S300 já está disponível nas principais cadeias de electrónica e consumo em Portugal, como a Fnac, Rádio Popular, Media Markt, Ensitel ou Chip7.

A empresa portuguesa espera a médio-prazo chegar a um acordo com a "omnipresente" Pixmania, de forma a expandir o seu mercado aos 27 países europeus.