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Presidente da Telemar ataca Portugal Telecom
O empresário brasileiro Carlos Jereissati diz que a Portugal Telecom "não tem musculatura" para entrar numa grande empresa brasileira de telecomunicações.
O empresário brasileiro Carlos Jereissati diz que a Portugal Telecom "não tem musculatura" para entrar numa grande empresa brasileira de telecomunicações.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Jereissati fez um violento ataque ao interesse manifestado pela Portugal Telecom em participar numa empresa de telecomunicações criada pela fusão da Telemar (Oi) com a Brasil Telecom.
Questionado sobre o projecto lançado recentemente pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, de criar uma grande empresa brasileira de telecomunicações e do interesse da PT vir a integrar essa mesma empresa, Jereissati respondeu: "Desde quando uma empresa portuguesa é nacional? Criaram um conceito jurídico novo? Isso é recíproco para brasileiros em Portugal?"
O empresário afirma que, como accionista, não pode imaginar a razão para a Telemar fazer uma sociedade com a Portugal Telecom. "Só se fosse para promover uma venda disfarçada".
Na entrevista, Carlos Jereissati manifesta radical oposição à entrada da Portugal Telecom. "Alguma autoridade ingénua, e outras não tão ingénuas, podem até tentar patrocinar uma coisa dessa natureza, mas só promove confusão dentro da Telemar, que tem sócios privados.
Se entrar um quarto sócio, operador de telecomunicações, será o desmantelar da empresa. Excluam-me desse jogo! Além disso, a PT não tem musculatura financeira suficiente para ter participação relevante na Telemar", afirma.
Para o empresário, mesmo que a Portugal Telecom venda a sua participação na operadora de telecomunicações móvel Vivo – joint-venture da PT com a espanhola Telefónica – a sua entrada numa nova empresa, de capitais maioritariamente brasileiros, não seria bem-vinda.
"Acho que farão melhor se continuarem na Vivo com os espanhóis, onde poderão viver novas e melhores emoções. Se querem ser simples investidores na Telemar, como os fundos de investimento estrangeiros o são, digo que tem um monte de investidores querendo investir na Telemar".
"Mas do que é que estamos a falar? De uma empresa nacional ou de um travesti luso-brasileiro? Se é para ter um sócio desnecessário, com dinheiro, prefiro os anglo-saxões. Se for para acrescentar charme à companhia, prefiro os franceses", ironiza.
Para Carlos Jereissati, o Brasil necessita ter uma empresa de telecomunicações com controle de capital nacional. Segundo ele, existem países da Europa em que a inteligência dos governos monitorizam grandes hotéis, para saber os passos de alguns visitantes.
"É algo que se diz, mas que não se prova. Não estou a dizer que precisamos de uma tele nacional para espionar os outros, mas, em tempos de guerra ou de ameaças, a existência da empresa nacional se justifica".