O Presidente da Engil, Fernando Lima, poderá abandonar a posição que ocupa, há quase 10 anos à frente da construtora que foi alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA) da Mota & Companhia.

Segundo declarações do mesmo responsável ao Diário Económico «ainda não apresentei a demissão mas, como tive oportunidade de referir ao conselho directivo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em audiência que solicitei, estou a considerar fortemente essa possibilidade, caso a situação do registo da oferta pública de aquisição (OPA) não se resolva rapidamente».

Recorde-se, que em Julho passado, a Mota & Companhia, através de duas «holding» suas, a Algosi e a Vallis, tinham lançado uma OPA sobre a Engil. Por sua vez, já em Agosto, a Engil, através de uma «holding» sua, a Geril, realizou um acordo estratégico com a construtora espanhola, a Fomento de Contractas y Construcciones (FCC), que resultou na compra da construtora espanhola de 15% do capital da Engil.

Contudo, já este mês, a CMVM considerou ter havido concertação de posições entre as duas construtoras, condição que a julgar pelo actual código é punida com a inibição dos direitos de voto. Mas, segundo o novo código da CMVM, que entrará em vigor a 1 de Março deste ano, esta situação não será punida. Contudo, depois da CMVM ter comunicado que existiu concertação entre as duas construtoras, o órgão de supervisão no mercado bolsista português ainda não procedeu ao registo da OPA.

Para o presidente da Engil «esta situação não permite gerir empresas e tem nelas efeitos negativos, em prejuízo dos accionistas, dos trabalhadores e dos oferentes».

As acções da Engil cotavam, às 9h50, nos 9,41 euros (1.887 escudos), não tendo ainda sido negociadas hoje.