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Prémios fazem com que prestígio de banqueiros caia nos EUA

As companhias de Wall Street estão em recuperação. A sua imagem junto da opinião pública dos Estados Unidos não.

11 de Dezembro de 2009 às 13:55
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Os executivos das empresas financeiras, que estão a sair de dois anos de quebras, ajudas do Governo e perdas contabilísticas, têm menos prestígio que os congressistas, advogados e os executivos das seguradoras.

Ao prepararem-se para distribuir os prémios remuneratórios de fim de ano, eles arriscam-se a provocar mais uma onda de fúria popular, segundo a Pesquisa Nacional Bloomberg.

Dois terços dos norte-americanos dizem que têm uma opinião desfavorável sobre os executivos financeiros. Para mais da metade, as grandes empresas financeiras têm como único objectivo enriquecer e não deveriam ter recebido ajuda do Governo.

A maioria dos norte-americanos não quer ver os banqueiros a receber cheques de grandes valores no fim do ano se as suas empresas tiverem sido socorridas pelos contribuintes.

“O simples facto de as empresas ainda existirem deveria ser um prémio suficiente”, diz Cassie Swihart, enfermeira diplomada, de 58 anos, de Warsaw, Estado de Indiana. Ela participou da pesquisa, realizada com 1.000 adultos nos EUA entre 3 e 7 de Dezembro pela Selzer, empresa de Des Moines, Estado de Iowa. A margem de erro é 3,1 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os bancos que receberam auxílio do contribuinte norte-americano através do Programa de Ajuda a Activos Problemáticos (Tarp, pelas iniciais em inglês) - pacote de 700 mil milhões de dólares (475 mil milhões de euros) aprovado pelo Congresso no ano passado para resgatar empresas financeiras - não deveriam pagar prémios remuneratórios a seus executivos, segundo 75% dos entrevistados.

Desses, 51% disseram que mesmo os bancos que reembolsaram o governo não deveriam estar a premiar os seus empregados tão cedo.

“Por que se quer dar um prémio a alguém que nos deixou nesta situação?”, disse Elijah Brown, 42, desempregado da Califórnia e participante da sondagem.

Má Ideia
Brown também está entre os 64% das pessoas que disseram que socorrer os bancos foi uma má ideia. Para evitar futuros resgates, um pouco mais de 50% dos participantes da pesquisa disseram que os bancos deveriam estar sujeitos a regulamentação mais rígida.

Uma minoria de 31% acha que se deveria ter deixado que os bancos com problemas falissem, e uma proporção ainda menor, 10%, é favorável ao desmembramento dos grandes bancos.

A oposição popular ao pagamento de prémios pelas empresas de Wall Street mostra a crescente divergência entre os executivos financeiros, como Lloyd Blankfein, do Goldman Sachs, que dizem precisar pagar bem para manter os bons empregados, e os outros cidadãos, que culpam os grandes bancos pelo colapso económico e pela duplicação da taxa de desemprego em dois anos.

A economia dos EUA caiu na mais grave recessão desde a década de 1930, e mais de sete milhões de empregos desapareceram. Alguns economistas, entre eles Ben S. Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), dizem que a recessão provavelmente terminou. O emprego, que era de 10% em Novembro, está a mostrar-se lento na recuperação.

Muitos grandes bancos voltaram aos lucros. Goldman Sachs, Morgan Stanley e a divisão de banco de investimento do JPMorgan Chase distribuirão um total conjunto de 29,7 mil milhões de dólares (20 mil milhões de euros), segundo estimativas de analistas.

Essa quantia é recorde, superando os US$ 26,8 mil milhões de dólares (18,1 mil milhões de euros) de 2007, e representa uma alta de 60% em relação ao ano passado, quando as três instituições receberam milhões do Departamento do Tesouro dos EUA para enfrentar a crise.

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