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Prazo para admissão de empresas na Zona Franca vai ser prolongado, garante PS

A notícia foi avançada por Carlos Pereira, deputado do PS/Madeira na Assembleia da República, segundo o qual foi estabelecido um "pré-acordo" ao nível do grupo parlamentar para prolongar o prazo de licenciamento de empresas na Zona Franca pelo menos até ao final do ano.

As empresas instaladas na zona franca da Madeira beneficiam de uma taxa reduzida de IRC de 5%.
Hélder Santos
23 de Abril de 2022 às 15:24
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O deputado do PS/Madeira na Assembleia da República Carlos Pereira disse hoje que foi estabelecido um "pré-acordo" ao nível do grupo parlamentar para prolongar o prazo de licenciamento de empresas na Zona Franca pelo menos até ao final do ano.

"Foi possível um pré-acordo, porque a proposta ainda não foi entregue, para resolver a questão relacionada com a entrada de novas empresas no Centro Internacional de Negócios da Madeira", afirmou, adiantando que a matéria "será resolvida" no quadro do Orçamento do Estado (OE2022).

Carlos Pereira, um dos três deputados eleitos pelo PS/Madeira, falava em conferência de imprensa, no Funchal, na qual disse que a proposta relativa à Zona Franca inclui contributos do PSD regional e tem aprovação assegurada pela maioria socialista.

"Julgo que cumprimos o papel de deputados eleitos pela Madeira, no sentido de arranjar soluções para problemas que os madeirenses hoje têm", afirmou Carlos Pereira, destacando também o impacto positivo da suspensão das taxas mínimas do imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP), uma proposta do Governo aprovada na sexta-feira no parlamento.

Tal como o Negócios tinha avançado, ao contrário do que era esperado pelos fiscalistas, o Governo não inscreveu a prorrogação do regime fiscal da zona franca da Madeira na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2022, o que significava que não seria possível a obtenção de novas licenças para entrada de empresas, já que o período de adesão acabou a 31 de dezembro de 2021.

O Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM), também designado por Zona Franca, foi criado em 1987 e opera com base num regime especial de benefícios fiscais concedido pela União Europeia, estando em vigor o IV regime, que terminou em 2020, mas produz efeitos até 2027.

A Comissão Europeia autorizou, no entanto, o licenciamento de novas empresas até 2023, ao abrigo do Regime Geral de Isenções por Categorias (RGIC), mas o Governo português optou por aplicar a medida comunitária ano a ano, sendo que o último prazo caducou a 31 de dezembro de 2021.

"A primeira oportunidade [para resolver a questão] é mesmo o Orçamento do Estado", afirmou Carlos Pereira, sublinhando que "o PS que tem maioria absoluta e dá a garantia de que este dossiê da região é resolvido".

Quanto à suspensão das taxas mínimas do ISP, o deputado socialista considera a medida "muito relevante" para a Madeira e, por outro lado, destaca o diálogo entre o Governo regional (PSD/CDS-PP) e o Governo da República (PS) em relação ao preço dos combustíveis.

"Estes sinais, com estas duas matérias, são muito relevantes para demonstrar a boa vontade não só do grupo parlamentar do PS, mas também a boa vontade do Governo da República", disse.

Carlos Pereira afirmou, por outro lado, ser possível uma articulação entre os três deputados socialistas e os três social-democratas eleitos pelo círculo da Madeira no âmbito das propostas do OE2022, mas alertou para os perigos do "diálogo insultuoso", realçando que o PS governa agora com maioria absoluta.

"É bom que todos saibam respeitar o seu lugar e de alguma maneira saibam também ter habilidade e ter engenho para construir soluções", disse.

De acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2022, a Madeira vai receber cerca de 217 milhões de euros, ao abrigo da Lei das Finanças Regionais, menos 15 milhões do que em 2021.

O valor é o mesmo que constava da primeira proposta de Orçamento para este ano apresentada pelo Governo e que foi rejeitada pela Assembleia da República em outubro passado.

A proposta de OE2022 vai ser debatida na generalidade na Assembleia da República a 28 e 29 de abril, estando a votação final global marcada para 27 de maio.
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