A Portugal Telecom (PT) terá os seus direitos de accionista suspensos sobre a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), a partir do próximo sábado. A decisão foi tomada pela agência nacional de telecomunicações do Brasil, a Anatel, que decidiu, ontem, que a «holding» que controla a CRT, a Tele Brasil Centro Sul (TBS), terá os seus direitos de accionista suspensos. A TBS tem como accionista a PT e a Telefónica.

A estrutura accionista da CRT, é detida em 85,19% pela TBS, que é o sócio maioritário, e em 8,01% possuídos pela Tele Centro Sul. É de salientar que a Tele Centro Sul está a negociar a compra na CRT. Os restantes accionistas são o Governo do Rio Grande do Sul com 4,1% do capital, enquanto 2,08% são detidos por empregados da operadora.

A Tele Centro Sul, que é controlada pela Telecom Itália e o Banco Opportunity foi a única operadora que mostrou interesse na CRT, ao apresentar uma proposta à Telefónica para a aquisição da sua parte. A Tele Centro Sul fez uma proposta para a compra de 85% das acções ordinárias da CRT, que presta serviços de rede fixo no Rio Grande do Sul. Estas acções equivalem a 32% do capital total da operadora.

Uma fonte oficial da PT contactada pelo Canal de Negócios afirmou que «esta situação já estava prevista e é normal». Contudo, o mesmo responsável afirmou que «a PT não é obrigada a vender, pelo que se encontra numa posição mais confortável do que a Telefónica, que foi obrigada mesmo a vender. A PT encontra-se a numa posição mais passiva, visto estar na expectativa de novos desenvolvimentos no negócio entre a Telefónica e a Telecom Itália», acrescentando ainda que «a participação da PT na CRT é um bom investimento, pois a operadora brasileira regista lucro. Embora, a operadora nacional não exerça o controle sobre a administração, a participação detida sempre dá uma margem para eleger um lugar na administração».

As acções da PT cotavam, às 11h30, nos 12,41 euros (2.487 escudos), que corresponde a desvalorização de 0,24%.