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Portugal regista a maior captação de fundos de sempre
Afonso Oliveira Barros, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI), apresentou ontem na conferência Cap Corp 2008, Capital de Risco Fusões & Aquisições os números da actividade em 2007. Portugal registou a maior captação de fundos
Afonso Oliveira Barros, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI), apresentou ontem na conferência Cap Corp 2008, Capital de Risco Fusões & Aquisições os números da actividade em 2007. Portugal registou a maior captação de fundos, levantando 460 milhões de euros.
"Os fundos sob gestão atingem novo máximo histórico de 1,7 mil milhões de euros, ou seja mais 31% do que em 2006", diz. Isto apesar de um quebra no investimento nas empresas na ordem dos 6% (em valor) e uma diminuição de 143 para 93 operações, cifrando-se o volume de investimento em 169 milhões de euros".
No saldo, o primeiro semestre do ano foi positivo para o país. Na opinião de Afonso Oliveira Barros, a captação de fundos deveu-se à entrada de investidores internacionais no mercado, representando 54% dos fundos angariados, e à superior "performance" de algumas Sociedades Capital de Risco (SCR), que tem vindo a atrair fundos estrangeiros e novas categorias de institucionais.
O investimento médio por empresa registou um aumento face a 2006, justificado pelo menor número de companhias alvo de investimento (93), relativamente ao montante aplicado e pelo maior preponderância das operações de "buy out".
A banca continua a assumir papel fundamental como financiador do sector em Portugal (55%) em contraste com o que se passa na Europa, onde os principais investidores continuam a ser os fundos de pensões (25%), fundos de fundos (13%) e seguradoras (11%). "No nosso país continuam arredados do mercado", lamenta.
A nível europeu, as operações de "buyout" representaram 77% do total dos investimentos realizados, sendo de destacar as grandes aquisições, com um crescimento de 103% face a 2006. Contrariamente à tendência crescente dos últimos 4 anos, o investimento em capital de risco apresentou uma diminuição de 33% (para 12 mil milhões de euros).
Quanto a Portugal, o maior número de operações ocorreu nas fases de "start up" e de "expansão", com 48 e 25 negócios, respectivamente. Já a aposta em "seed capital" abrandou, com apenas uma operação realizada em 2007 no valor residual de 200 mil de euros. Os "buy out" tiveram um peso de 56% nos investimentos, o que é uma evolução significativa, já que em 2005 esta modalidade apenas representava 4% da totalidade dos investimentos em Portugal.
O sector que mais dinheiro captou foi o das as comunicações, que foi alvo de 28,4% do total do montante de investimento de 2007, com 48 milhões de euros face aos quatro milhões de 2006.
Os sectores de Serviços ao Consumidor e de Energia também se destacaram, com o primeiro a representar 28% do total, com 23 operações, e o segundo com 16 milhões de euros e cinco operações.
Quanto aos desinvestimentos, os fundos de capital de risco saíram de 48 empresas, correspondendo a 87 milhões de euros. O "trade sale" foi a principal forma de saída das SCR em 2007, representando 74% do total, com cerca de 64 milhões de euros.
Em 2007 os fundos desinvestiram em menos 36 empresas que em 2006.