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Petrobras investe quase 10 mil milhões fora do Brasil

A Petrobras vai investir cerca de 9,58 mil milhões de euros (cerca de 12,1 mil milhões de dólares), entre 2007 e 2011, fora do Brasil com foco na América Latina, costa oeste da África e no Golfo do México.

26 de Julho de 2006 às 08:41
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A Petrobras vai investir cerca de 9,58 mil milhões de euros (cerca de 12,1 mil milhões de dólares), entre 2007 e 2011, fora do Brasil com foco na América Latina, costa oeste da África e no Golfo do México.

Com actividades de exploração e produção de petróleo e gás em 14 países, a Petrobras está determinada a melhorar a gestão da carteira de projectos da área internacional da companhia de modo a diluir riscos políticos, geológicos e comerciais nos países onde actua. Uma das medidas é a diversificação do portfólio em termos geográficos. A empresa também passará a utilizar este ano um «software» para auxiliá-la a monitorar o risco global da sua carteira de negócios, que continua a crescer no exterior.

No plano de investimentos até 2011, o principal destino dos investimentos no exterior serão os EUA, com 2,1 mil milhões de euros (2,7 mil milhões de dólares), seguidos da Argentina com 1,82 mil milhões de euros (2,3 mil milhões de dólares), da Nigéria com 1,4 mil milhões de euros (1,8 mil milhões de dólares) e da Venezuela com 369,1 milhões de dólares (500 milhões de dólares). No plano também consta a meta de aumentar a produção no exterior para 568 mil barris de óleo equivalente (Boe) por dia até 2011.

Uma das apostas da empresa é aumentar a exposição em actividades de exploração e produção de petróleo (E&P) e gás em outros países da África, além de Angola e Nigéria, onde a presença da Petrobras será reforçada, noticia o Valor Online. Também ganhou força a procura por nova capacidades de refino no exterior para processar os excedentes de óleo Marlim (pesado) produzido no Brasil.

Outra linha de actuação do E&P no exterior é a ampliação do portfólio. "Estamos a entrar em países de alto risco e alto prémio", diz Cláudio Castejon, gerente corporativo da área internacional da Petrobras. Nesta linha, a estatal está a entrar na Turquia, onde é operadora em dois blocos em águas médias, no Mar Negro, e na Tanzânia, onde também opera dois blocos em águas profundas. Na Líbia, a Petrobras tem um bloco em estágio preliminar de desenvolvimento e associou-se com a Petronas para desenvolver uma área em Moçambique.

"São prospectos de alto risco (geológico) e a hipótese de sucesso é pequena, mas o custo, em relação a bacias mais ricas, é mais barato", comprara Castejon. Em relação aos riscos políticos, o executivo afirma que eles variam de acordo com os procedimentos de regulação dos países onde a empresa opera. Em hora de incertezas, o risco político é maior.

A Petrobras tende a exigir mais de um projecto a ser desenvolvido na América do Sul do que outro nos Estados Unidos porque a certeza de retorno, nos EUA, é maior, o que permite diluir o investimento em período mais longo. Na América do Sul, a segurança é menor. Mas a companhia pode trabalhar para administrar melhor estes riscos.

A petrolífera está ainda a apostar na utilziação de um «software» que está a ser implementado na esteira dos problemas enfrentados pela estatal na Bolívia, com a nacionalização das reservas de gás pelo governo de Evo Morales. O mecanismo permite definir o que é um risco aceitável para o portfólio da área internacional da Petrobras, a partir da definição de certos parâmetros. O objectivo é saber se o conjunto dos activos da área internacional está de acordo com o perfil moderado da empresa. Se for verificado que a carteira tem um perfil mais ousado, a Petrobras pode se desfazer de projectos para baixar riscos, diz Castejon.
 
Hoje a Petrobras tem actividades de E&P na Argentina, Angola, Bolívia, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guiné Equatorial, Irã, Líbia, Nigéria, Peru, Tanzânia, Turquia e Venezuela. A estatal também tem escritórios de negócios no Chile e na China e actividade de prestação de serviços no México.

A Petrobras tem uma parceria com a Galp Energia. O consórcio de exploração liderado pela Petrobras (65%), que tem como associados a BG (25%) e a Galp Energia (10%), anunciou no início deste mês a descoberta de petróleo na primeira sondagem de pesquisa realizada no bloco BM-S-11, situado a 250 quilómetros da costa sul do estado do Rio de Janeiro.

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