Notícia
OPA sobre Endesa gera mais-valias de 10 mil milhões
10.459.060.000 euros. É este o valor adicionado, em termos de capitalização bolsista, às empresas mais ou menos envolvidas na maior operação europeia entre “utilities” desde o anúncio da operação, a 5 de Setembro passado. E corresponde a quase metade dos
10.459.060.000 euros. É este o valor adicionado, em termos de capitalização bolsista, às empresas mais ou menos envolvidas na maior operação europeia entre "utilities" desde o anúncio da operação, a 5 de Setembro passado. E corresponde a quase metade dos 22,5 mil milhões de euros oferecidos pela Gas Natural para a compra da Endesa, a maior eléctrica de Espanha e que tem o dobro da dimensão da oferentes.
Apesar de haver ainda muitos obstáculos regulatórios a ultrapassar – a Autoridade de Concorrência nacional já alertou a Comissão Europeia para a perigosidade da concentração do gás e electricidade em Espanha e, consequentemente, Portugal, apesar da Gas Natural garantir que a operação só tem que passar pelo crivo da Comisión Nacional de Energía – podem-se desde já apontar os vencedores no curto prazo da operação. E não são os consumidores, mas antes os investidores.
Endesa com valorização de 14,72%. Os investidores que tivessem na sua posse acções da Endesa no passado dia 5 de Setembro já viram os seus títulos valorizar 14,72%, sendo naturalmente esta a empresa que, até agora, mais beneficiou com o anúncio do negócio. Da mesma forma, mas em termos inversos, surge a Gas Natural como a que mais perdeu, uma vez que terá que realizar o esforço financeiro para avançar com a aquisição. As acções da oferente caíram 3,91% desde então, sendo penalizada pelo facto do financiamento da operação ser realizado à custa da quase triplicação do seu endividamento, o que já mereceu alertas por parte das agências de notação de dívida internacionais.
Mas esta foi a única empresa com perdas até agora. A Iberdrola, com quem a Gas Natural assinou um pré-acordo para a venda dos activos necessários para que os reguladores aprovem a operação, subiu em bolsa 7,06% no mesmo período.
A Repsol foi a segunda empresa que mais viu o seu valor crescer, ao acumular um ganho de 9,95% desde 5 de Setembro. A empresa liderada por Antonio Brufau Niubo encontra-se no vértice de um movimento de concentração naquele país: se por um lado, é o maior accionista da Gas Natural com 30,85% do capital, por outro, pode vir a ser alvo de uma oferta pública de aquisição por parte da própria Endesa, numa manobra vista como forma de impedir a sua compra pela rival gasista.
A Unión Fenosa subiu 1,75%, tendo encerrado ontem nos 25,61 euros. Este valor, mesmo assim, encontra-se bastante abaixo dos 33 euros por acção a que a Actividades de Construcción y Servicios (ACS) acordou adquirir, na semana passada, os 22% detidos pelo Santander na terceira maior eléctrica espanhola.
Entre as duas empresas que mais directamente estão relacionadas com Portugal é a italiana ENI – detentora de uma posição de 33,34% na Galp Energia – que leva vantagem, ao registar uma apreciação de 3,3%. A Energias de Portugal (EDP) – considerada como a grande perdedora na batalha ibérica pela energia se a OPA_da Gas Natural tiver sucesso – até agora também teve a ganhar com a operação, ao valorizar 2,62% desde o anúncio da mesma.