Os investidores que têm, em Agosto, o único mês do ano sem dores de cabeça e noites mal dormidas estão num ano azarado. O mês que agora começou tem sido dos mais agitados do ano. E as razões, que são três, deverão manter-se nas próximas semanas.

A primeira é a crise do mercado hipotecário que causou, na sexta-feira, o dia mais negro dos últimos anos nas bolsas mundiais.

A crise, iniciada em meados de Julho e que se aguçou na quinta-feira, deverá ter repercussões ainda esta semana e, segundo os especialistas, ainda não se prevê o seu final. A notícia mais esperada é que a Reserva Federal norte-americana baixe as taxas de juro até quinta-feira, o que poderá travar a tendência de queda.

Pelo lado negativo, pode-se continuar a verificar-se uma fuga de acções para activos mais seguros (obrigações, ouro ou dinheiro) e a volatilidade é um ponto assente. A nota que todos devem ter na cabeça é que uma subida forte numa sessão não é o final da crise.

Em Portugal, a assembleia geral (AG) de accionistas do Millennium bcp e os desenvolvimentos da crise no banco deixa, certamente, muitos investidores a pensar onde colocar o dinheiro.

A compra de acções para ir à AG termina a 20 de Agosto. E muitos dos investidores de referência estão a reforçar o seu peso no capital do banco. Isto fez as acções do BCP disparar 6% na quarta-feira mas, azar dos azares, a queda dos mercados mundiais está a penalizar principalmente o sector da banca e os investidores que queriam aproveitar esta "caça" para vender a um preço mais alto estão a ver os seus planos gorados.

Outro dos temas que promete animar o Verão é o petróleo. Duas semanas depois de ter atingido um máximo histórico perde cerca de 10% e volta a negociar abaixo dos 70 dólares. Esta semana, todos estes temas continuarão a animar a leitura de Verão.