Pequim abriu uma investigação à importação de determinados lacticínios provenientes da União Europeia, um dia depois de Bruxelas ter anunciado a imposição de taxas aduaneiras aos carros elétricos "made in China".

A investigação, que Pequim diz ter sido aberta a requerimento da indústria chinesa, incide sobre as subvenções à produção de determinados lacticínios por parte da União Europeia (UE), versando, entre outros, sobre o queijo, leite não condensado e natas sem adoçantes, de acordo com o anúncio feito, esta quarta-feira, pelo Ministério do Comércio da China.

Em concreto, as autoridades chinesas vão analisar 20 programas de subsídios, incluindo parte sob o chapéu da Política Agrícola Comum (PAC), assim como outras ajudas ao setor na Itália e na Finlândia, segundo o comunicado do governo chinês.

Pequim adianta que se espera que a investigação esteja concluída dentro de um ano, embora possa ser prorrogada por seis meses caso circunstâncias especiais o exijam.

Nos primeiros sete meses do ano, a China importou mais de 315 milhões de dólares dos produtos lácteos visados pela investigação, segundo as autoridades alfandegárias chinesas, citados pelo jornal South China Morning Post. A França figurou como o principal mercado (115 milhões de dólares) seguido de Itália (43 milhões).

Trata-se da segunda investigação por parte de Pequim no espaço de dois meses após uma outra por alegadas práticas de "dumping" na importação de carne de porco do bloco dos 27. Ambas surgem "à boleia" da imposição de tarifas aduaneiras sibre carros elétricos importados da China: a primeira foi comunicada após o anúncio da Comissão Europeia da intenção de o fazer e a segunda, conhecida esta quarta-feira, surge na sequência da decisão final.