Notícia
O "bonito" fica muito bem nas latas de conserva
"A gente conhece-o, mas é no partir, nas gorduras e no tamanho que se vê. Se for um peixinho pequenino não é tão bom como um de 80 ou 90 quilos".
11 de Agosto de 2010 às 00:01
Mestre Sacadura, no mar desde garoto, revela os segredos do peixe que é a marca dos Açores. Chamam-lhe por lá o patudo, o bonito, que é como quem diz, o atum. " Agora até já há o que é engordado em terra, mas dizem que a cor é diferente, mais esbranquiçada, não é vermelho como o nosso. Eu nunca comi. Só se foi por engano!".
Na Ribeira Quente, mestre Sacadura já só vê o mar pela lota. " Só vou ao mar num barco pequenino. Só para distrair, para matar o vício". Fez-se armador e hoje, quase com 70 anos vividos, é o único com atuneiro grande em São Miguel. Traz os barcos nos mares da Madeira e tem outro em construção nos estaleiros de Vila Real.
"Uma boa safra hoje, para ser rentável, num barco como o nosso, tem de se fazer para cima de 400 toneladas, aí com uns 16 homens a bordo". Agora é o filho quem lhe segue as pisadas, nestes tempos em que só se faz ao mar quem não encontra alternativas. "Aqui, 60% dos pescadores é tudo malta nova. Mas sejamos honestos, é porque não há muito mais oferta de emprego. Mas o atum já começa a deixar mais algum dinheiro no mercado, o que também faz com que essa gente volte à pesca."
Na Ribeira Quente, mestre Sacadura já só vê o mar pela lota. " Só vou ao mar num barco pequenino. Só para distrair, para matar o vício". Fez-se armador e hoje, quase com 70 anos vividos, é o único com atuneiro grande em São Miguel. Traz os barcos nos mares da Madeira e tem outro em construção nos estaleiros de Vila Real.