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Novo Banco: É provável recessão num cenário de disrupção energética

António Ramalho disse que até ao dia da invasão, ninguém imaginava que a situação geoestratégica iria implicar um "enorme esforço de reflexão".

11 de Março de 2022 às 17:19
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O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, apontou esta sexta-feira que, num cenário de disrupção energética, face ao conflito na Ucrânia, será provável registar-se uma recessão já em 2023.

"Num cenário de disrupção energética, é provável ter uma recessão já a partir de 2023, com reduções de crescimento em 2022, a que se soma um risco de 'italianização' da nossa periferia, o que implicaria sermos vistos como uma entidade de 'spread' de crédito", referiu António Ramalho, durante a sua intervenção na conferência "Portugal: Objetivo Crescimento", organizada pela Ordem dos Economistas, que decorre em Lisboa.

Face à invasão da Ucrânia pela Rússia, pode ainda colocar-se outro cenário em cima da mesa, com preços mais elevados, sanções focadas e redução da capacidade de crescimento na área euro.

Portugal ficaria assim com uma perspetiva de crescimento abaixo de 5%, mas superior a 2%, sublinhou.

António Ramalho disse ainda que até ao dia da invasão, ninguém imaginava que a situação geoestratégica iria implicar um "enorme esforço de reflexão".

No entanto, notou que já existia um "problema inegável de logística" e um consequente processo de inflação e de "ineficiência de certo tipo de respostas e produtos".

A guerra na Ucrânia trouxe um problema adicional, o custo da energia, que foi "brutalmente agravado", disse, ressalvando que a dependência de Portugal da energia russa é pequena.

"Isso trouxe uma alteração substancial de preços e uma dependência de custos, que vai ter efeitos em relação a um cenário de desaceleração controlada ou abrupta, o que criará problemas difíceis de resolver", acrescentou.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e provocou a fuga de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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